Mulheres quebram tabu e se transformam em uma exímias motociclistas

Publicado em 8/04/2017 00:04

Por Vinicius da Costa

3 - Isabele Favaleça Regalau é Motociclista de Santa Fé do Sul3-A motociclista de Canoas, Daiana LeiteA imagem do homem comandando sua moto com a namorada na garupa pode não condizer com a realidade. Cada vez mais, mulheres estão passando para o banco da frente e assumindo o guidom. A quem diga que elas são melhores do que muitos homens, pelo simples fato de serem mais cautelosas e educadas na hora de conduzir um veículo.
Para muitas mulheres, como a santafessulense Isabele Favaleça Regalau, pilotar uma moto é a máxima expressão da liberdade, e a sensação de pilotar é indescritível. “Não importa a cilindrada, só quem gosta de motocicletas entende o sentimento de pegar uma estrada, enfrentar calor e frio, chuva e, mesmo assim, chegar ao destino com satisfação”, disse.
A jovem motociclista relatou que a sua paixão por motos começou de forma inusitada. “Sempre fui apaixonada por carros, principalmente antigos, e nunca liguei para motos. Claro que as achava lindas, mas nunca me imaginei pilotando uma. Mas o fato é que eu sempre tive pessoas na família que possuíam motos. Um tio e meu pai quando mais novos possuíam motos e saiam rodando por estradas afora, porém depois que nasci, meu pai teve que vender a sua, mas em de 2011, quando eu já tinha meus 19 anos, ele comprou uma Suzuki Boulevard M800. E desde então comecei a observar a moto na garagem, e assim despertei um interesse e passei a realizar pequenos passeios pela cidade”, enfatizou Isabele.
Com 22 anos, a jovem realizou o sonho de ter a sua própria moto. “Minha primeira moto foi uma CB 600F Hornet, e em cima dela já passei por várias cidades como Indaiatuba, Serra Negra, Águas de São Pedro, Blumenau, Goiânia, entre outras” disse.
Ela ainda afirmou que faz parte de um grupo de motociclistas denominado ‘Moto Clube Bodes do Asfalto’. “Este grupo é frequentado pelo meu pai há anos, e eu o acompanho, pois é um grupo de maçons motociclistas. Quando há eventos beneficentes eles se reúnem para realizar um almoço de confraternização e alguns passeios pela região. Nele existe outras mulheres também, que no caso, são esposas e filhas de membros do grupo, e algumas também pilotam motos próprias e interagem com todo o Moto Clube”, disse.
Ao ser questionada sobre qual moto ela ainda queira possuir, Isabele afirmou que seu maior sonho é ter uma Ducati 1299. “Acho que não só eu, mas muitos motociclistas têm o sonho de ter essa motocicleta, pois ela é considerada a “Ferrari” das motos, e quem sabe um dia eu possa ter a oportunidade de tê-la.” enfatizou.
Outra motociclista é a corretora de seguros Daiana Leite, de 35 anos, que reside em Canoas, no Rio Grande do Sul. Em entrevista a O Jornal, disse que sua paixão por motos começou há oito anos. “Costumava ter muito medo de motos, mas eu necessitava de um veículo para me locomover até o trabalho, então decidi comprar a minha primeira motocicleta, que foi uma Honda Biz, e comecei a gostar de estar em cima de uma motocicleta. Decidi realizar algumas pesquisas na internet e visualizar alguns vídeos no Youtube para que eu pudesse saber mais sobre o assunto, e comecei a me imaginar com uma moto maior, e assim poder viajar e ter um lazer também. Foi então que adquiri uma CB 300, e foi aí que fiz minha primeira viagem para São Miguel das Missões”, disse.
Daiana disse que na época muitas pessoas a criticaram e que sua ideia era absurda. “Muitos me chamaram de doida, por me arriscar em um caminho que eu não conhecia, mas a recompensa de cada quilômetro rodado me fizera muito bem. Não tive nenhuma surpresa desagradável, pelo contrário, foram três dias que jamais serão esquecidos. Depois desta viagem, comprei minha primeira moto da classe das esportivas, uma Kawasaki Ninja 300, e com ela viajei muito para a praia, que é meu destino preferido. Quando não dava para ir a praia, dirigíamos até a Serra Gaúcha, que tem paisagens lindas e pontos estratégicos, onde muitos motociclistas se reúnem aos finais de semana. Muitas vezes rodei com amigos, na maioria das vezes homens, pois ainda é raro ver uma mulher pilotando uma moto, porém sempre fui muito bem aceita e respeitada por todos”, enfatizou.
Daiana disse que a sensação de pilotar uma moto é indescritível. “Estar em cima de uma moto é um estado de transe onde só existe o piloto e sua moto, é estar livre, é fazer parte da paisagem, é estar feliz, sentir um prazer maravilhoso, é se sentir o máximo, e, se Deus quiser, ainda irei possuir a moto dos meus sonhos, que é uma BMW S1000R, e poder viajar ainda mais, e conhecer lugares diferentes”, disse a motociclista.
Ela ainda relatou que é raro encontrar mulheres pilotando, mas que isso vem aumentando não só no Sul, mas em todo o Brasil. “Estamos ganhando espaço, porém, ainda há uma diferença entre gostar de motos e pilotar uma moto, pois infelizmente algumas mulheres banalizam este hobby e acabam denegrindo a imagem das mulheres que pilotam, seja por hobby, esporte ou profissão. Creio que isso está ficando mais comum no nosso país pelo fato da mulher também querer demonstrar a sua liberdade, e de querer mostrar que também gosta, de que entende do assunto, e de que são exímias pilotas, e que fazem isso por amor, e com muita responsabilidade”, relatou Daiana Leite.

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