Jerônimo Xavier

Publicado em 18/02/2017 00:02

O nosso herói de hoje é o ícone do cancioneiro popular da nossa Estância.
Desde muito jovem, Jerônimo era interessado pela música. Começou a tocar bandolim, violino e depois violão, sendo que teve a primeira aula de violão com frei Canuto, o mesmo que rezou a primeira missa no município.
Agora que ele nos deixou órfão do seu talento nato de interpretar as mais belas músicas do repertório brasileiro, o céu ganhou mais um integrante para esta magnífica serenata celestial.
No Paraíso, Jerônimo chegou de mansinho, na “Noite do meu bem” ou numa “Noite cheia de estrelas”. Lá ele se encontrou com os seus amigos e companheiros de seresta: Otávio Lopes, extraordinário acordionista; Baxiclides Basso, Amaury Whitaker e João Evangelista, exímios violonistas; Benedito Marques e Osmar Novaes, notáveis bandolonistas; Seo Dico, excepcional violonista; João Barba Rala, homem da guitarra romântica; além do seresteiro-mor, Ditão Pintor.
Presidente-fundador do Clube da Velha Guarda, Jerônimo Xavier era figura obrigatória nos eventos musicais da cidade, juntamente com a sua querida Maria Rocha.
Músico imprescindível do Conjunto de Música Regional do Coral do Clube do Coronariano, juntamente com o violão eclético de Rubens, o bandolim afinadíssimo de Joãozinho e a estupenda percussão de Euricão e Raimundo Silva, além das vozes de Otília, Maria Rocha, Dolores, Inês, Zilda, Nelson, Lusmarina, Carol, Maria Rosa, Djanira, Lúcia, Percival, Watanabe e outros grandes cantores e cantoras que passaram pelo grupo musical.
Certa noite de setembro, na comemoração dos 90 anos de seu aniversário, após o tradicional “parabéns” do seu Dico ao violino, o nosso herói virou filósofo. Pediu um minuto de silêncio e disse alto e em bom som: “Eu queria ter o poder de fazer as pessoas felizes como vocês estão fazendo comigo neste momento. Isso é uma coisa maravilhosa e a única maneira para que eu possa retribuir esta graça é dando um beijo na ponta do coração de cada um de vocês”.
Hoje, infelizmente o cenário musical da nossa Estância está mais pobre, com a despedida do nosso querido “Baiano”. Com muita emoção, Nego Caçador interpretou a canção “Adeus, cinco letras que choram” homenageando Jerônimo antes do seu adeus final.

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