40 ANOS DAS DIRETAS JÁ!

Publicado em 9/06/2023 00:06

Naquele dia, a Praça da Sé estava tomada de pessoas. Lá estavam todos. Ninguém – mas ninguém mesmo – “defendia” a ditadura militar. O povo clamava, à unanimidade, pelo direito de votar para Presidente da República. Hoje fico meio assustado quando vejo algum cidadão pedir “intervenção militar”.
No palco Osmar Santos, nosso locutor esportivo anunciava: Ulisses, Lula, Franco Montoro, Tancredo, Sócrates, Fafá de Belém. Na praça: branco, pretos, amarelos, pobres, ricos. Enfim, era o Brasil representado e a mistura era pacífica.
A luta valeu a pena e tivemos o direito de votar para o cargo maior da República.
Não é orgulho ter participado, mas o sentimento de jovem cidadão em realmente lutar pelos direitos. Não era para mim. Era para todos.
Depois veio a Constituinte: Deputados e senadores iriam escrever a nova Constituição.
Lutei com Antonio Araldo Ferraz Dal Pozzo e outros professores pelos direitos do promotor de Justiça que ficou, com a nova Carta Magna, com o direito exclusivo da ação penal.
Com Cabo Wilson de Oliveira Moraes participamos da discussão para estender aos soldados e cabos o direito de votar que até então esse direito era castrado desses cidadãos, trabalhadores da segurança pública.
O direito ao voto, a independência do Ministério Público e o voto aos soldados e cabos são conquistas que revelam que só na luta conseguimos normatizar nossos direitos.
Esse é o exercício digno da liberdade e da conquista, pois aquela geração lutadora e crítica se estende até os dias de hoje, numa formação humanista, pensadora e construtiva, com base em literatura, filosofia, direito, cultura e todos alicerçados na paz.
É preciso saber lutar!

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