Empresário de Santa Fé perde R$ 70 mil ao tentar comprar carro pelo WhatsApp

Publicado em 29/04/2017 00:04

Por Vinicius da Costa

Ao longo da semana houve uma grande repercussão a respeito da notícia de que criminosos estariam usando o aplicativo de mensagens WhatsApp para aplicar golpes em quem pretende comprar carros.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Higor Vinicius Nogueira Jorge, é especialista em crimes cibernético, esses golpistas conseguem clonar telefones de vendedores de concessionárias e negociam a venda com a vítima pelo aplicativo.
“Em Santa Fé do Sul um empresário, que não podemos identificar pelo fato do sigilo da investigação, achou que estava fechando negócio com um amigo, vendedor de uma concessionária de veículos de São José do Rio Preto. Mas caiu em um golpe e perdeu R$ 70 mil. Toda a negociação da compra de um carro foi feita pelo aplicativo que tinha o número e a foto do vendedor, que a vítima já conhecia, só que quem estava no comando da conta do aplicativo era um golpista”, disse Higor.
Ele ainda disse que a vítima se interessou pelo negócio após ver um anúncio da venda de uma carta de crédito na internet, no valor de R$ 94 mil, sendo oferecida por R$ 70 mil.
“O documento dava direito à retirada de um carro em qualquer loja de veículos do Brasil, mas para que o negócio fosse concluído o golpista pediu que ele indicasse um vendedor da loja, que ficaria responsável pelo recebimento do crédito e a liberação do veículo. A vítima então falou o nome e passou o celular do vendedor que já conhecia”, disse.
O empresário chegou a ligar na concessionária e a falar com o verdadeiro vendedor por telefone para avisar do negócio. “Depois dessa ligação, o celular do vendedor foi clonado e o golpista passou a falar em nome dele, pelo WhatsApp, e até mandou um comprovante falso da transferência da carta de crédito, para que o empresário depositasse o pagamento. Infelizmente a vítima acreditou que o negócio era verídico e foi até duas agências bancárias e depositou R$ 70 mil em duas contas passadas pelo golpista. Quando terminou de fazer os depósitos, ele ligou na concessionária para confirmar o recebimento, e só então percebeu que tudo não passava de uma fraude”, relatou o Higor.
O delegado informou que é necessário que as pessoas que desejam realizar algum negócio pela internet fiquem atentas a determinados tipos de propostas. “Propostas muito vantajosas, ou vendedores que pedem um ‘aviso’ em dinheiro antes de o negócio ser concluído pode, ser uma fraude, então é necessário que o comprador averigue o negócio antes, e, se puder, vá até o local para conferir o produto e ver as condições de preços”, relatou.
Em relação à investigação, ele disse que a Polícia Civil instaurou um inquérito para averiguar e descobrir quem está envolvido com o golpe. “É uma investigação que estamos procurando manter em sigilo para não penalizar o empresário que sofreu o golpe. Creio que muitas pessoas devem estar envolvidas, pois não é fácil clonar o número de telefone de uma pessoa, então iremos averiguar se funcionários de operadoras de celulares estão envolvidos e quem são os indivíduos que aplicaram o golpe e por sua vez sacaram este dinheiro”, esclareceu o delegado.
Para evitar que o WhatsApp seja clonado, basta a pessoa acessar configurações, depois ir em conta e “verificação em duas etapas”. “Nesta etapa o aplicativo pede para criar um código com seis dígitos e cadastrar um e-mail. Toda vez que qualquer pessoa tentar entrar no WhatsApp com seu número de telefone, terá que confirmar o código”, enfatizou o delegado da Polícia Civil Higor Vinicius Nogueira Jorge.

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