Tópicos da Semana – Edição de 6/09/14.

Publicado em 5/09/2014 23:09

Por: Mário Aurélio Sampaio e Silva

Charge: Leandro Gusson (Tatto)

Charge 6-09Marina, lá
Nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope, divulgadas na noite da última quarta-feira, 3, mostram que as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) estão tecnicamente empatadas em primeiro lugar na corrida presidencial.
No Datafolha, a presidente Dilma oscilou de 34% na sexta-feira da última semana, 29 de agosto, para 35%, e a ex-senadora Marina se manteve com 34%, enquanto o senador Aécio Neves (PSDB) variou de 15% para 14%.
Second round
Já o levantamento encomendado pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo revela ainda que, no segundo turno, Marina ganharia de Dilma com diferença de dez pontos percentuais.
No SBT
O grande bafafá rumo à corrida presidencial ocorreu durante o debate de segunda-feira, exibido no SBT, com os candidatos Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), Pastor Everaldo (PSC), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL) e Marina Silva (PSB).
Polarizou
O debate entre os presidenciáveis na TV ficou totalmente polarizado entre as duas primeiras colocadas na pesquisa eleitoral, Dilma e Marina. Em contrapartida, o senador Aécio Neves que, segundo a pesquisa se desponta em terceiro lugar, evitou o confronto direto com a candidata do PSB e concentrou ataques ao governo petista.
À for da pele
Assumidamente nervosa, a ponto de tentar interferir logo no primeiro bloco nas regras do debate, Dilma usou da falta de propostas para o pré-sal no programa de governo do PSB, e da autonomia do Banco Central, como armas para atacar Marina nos três blocos. Marina, por sua vez, revidou atacando a política econômica de Dilma e a intervenção do governo na Petrobras e no banco.
Ataque
Dilma questionou Marina Silva, se eleita, de onde irá tirar os recursos para conseguir o investimento necessário para cumprir as promessas de sua campanha, afirmando que os investimentos do programa do PSB somam R$ 140 bilhões, divididos em educação, saúde e passe livre para estudantes da rede pública.
Contra-ataque
Inicialmente Marina não respondeu claramente de onde virão os recursos; depois, disse que o dinheiro do pré-sal já está assegurado e que pretende fazer bom uso do dinheiro, antecipando a meta com investimento na educação em tempo integral.
E o bicho pegou
Após ser questionada sobre os resultados fracos nos últimos anos e a baixa aprovação, Dilma voltou a chamar Marina para o embate, questionando a proposta de autonomia do Banco Central. A ex-senadora, em contrapartida, afirmou que a presidente tem dificuldade para assumir seus erros na política econômica, afirmando que se uma pessoa não reconhece seus próprios erros, não tem como repará-los, e continuou dizendo que, para a presidente, quando as coisas vão bem, é 100% de méritos para o seu governo; porém, quando vão mal, é culpa da crise internacional.
Ataque II
A candidata à Presidência pelo PSB afirmou nesta quinta-feira que o “desespero” está pautando a campanha do PT ao Planalto, em referência a reportagem publicada, também anteontem, dando conta de que o PT deve pedir ao Ministério Público que investigue as declarações de rendimentos com palestras da ambientalista que, segundo a própria candidata, renderam um faturamento bruto de 1,6 milhão de reais em quase quatro anos.
Contra-ataque II
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Marina classificou a possível iniciativa de “factoide” e “acusação injusta”, dizendo ainda que o desespero está fazendo com que eles façam esse tipo de coisa, e afirmou que lamenta que a presidente Dilma se submeta a esse tipo de lógica do poder pelo poder, de que vale tudo para ganhar uma eleição.
E a crise?
Segundo a presidente Dilma, a queda na atividade econômica é momentânea, e com relação à crise, culpou a seca, os feriados e conjuntura econômica internacional, afirmando ainda que a inflação está próxima de 0, o crédito ampliado, a bolsa se valoriza há sete meses consecutivos e o Brasil é o quinto país que mais recebe investimento externo.
Boatos
Logo no início da semana começou a correr um boato dando conta de que o candidato do PSDB, Aécio Neves, desistiria de sua candidatura. A um grande empresário, o tucano afirmou que o importante é se manter na disputa para acumular capital para eleições seguintes, e que o momento agora é de dar muita atenção para Minas Gerais, seu Estado natal, pois lá, como mostram os últimos levantamentos de intenção de votos, o PSDB está com dificuldades para manter o governo.
Boca maldita
A certeza é uma só: nunca, em toda a nossa história, um acidente aéreo foi tão bem quisto, embora catastrófico, evidentemente, para tantos políticos e cidadãos deste nosso imenso Brasil.
Horário Eleitoral
É de dar nojo o que se vê durante o Horário Eleitoral Gratuito, pois são sempre as mesas ladainhas, e a cada eleição, o telespectador cada vez mais se surpreende com as macaquices e babaquices exibidas, como se a grande maioria dos candidatos, a seguir o exemplo do ex-palhaço Tiririca, estivesse brincando de circo.
Blá-blá-blá
A palhaçada chama a atenção pela estética apocalíptica: Tiririca, de peruca e vestido de branco, arremedando o cantor Roberto Carlos na propaganda do grupo que lidera o processamento de carnes no mundo, espeta “bifões”, ao meio de risadas incontroláveis e sem nexo algum, e, ainda por cima, cantando/parodiando “O Portão”: “eu votei, de novo vou votar; Brasília é o seu lugar”.
Números
Embalado pelo jingle “vote Tiririca, pior do que tá não fica”, em 2010 o deputado abocanhou 1,3 milhão de votos, sagrando-se o deputado federal mais bem votado naquela eleição, ficando atrás apenas de Enéas Ferreira Carneiro (morto em 2007),  presidente do extinto Prona e detentor dos votos de 1.573.112 eleitores para deputado federal no pleito de 2002.
A coisa é séria
E pensar que muita gente ainda brinca de votar, como se isso não refletisse no nosso destino, como se o dever do voto fosse como que se estivéssemos sendo levados para um lugar onde dá em nada, tamanha a desconfiança e descrença que temos pela maioria dos políticos do nosso País.

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