Tópicos da Semana – Edição de 20/09/14.

Publicado em 19/09/2014 23:09

Por Màrio Aurélio Sampaio e Silva

Charge: Leandro Gusson (Tatto)

Charge 20-09Somos 3,5 milhões…
Segundo uma matéria publicada na última segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, mais da metade do país está com algum tipo de dívida em atraso, resultado da queda das vendas e do aumento de custos com fornecedores, funcionários e bancos.
Recorde
Segundo o Serasa, esse é o maior volume de inadimplentes já registrado no setor produtivo. O número equivale à metade dos 7 milhões de empresas “operacionais” no país. Para a empresa de crédito, é operacional a companhia que pesquisou a situação cadastral de um cliente ou teve o seu CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) consultado no último ano.
Receita Federal
A Receita Federal, que emite o CNPJ, contabiliza cerca de 14 milhões de cadastros ativos, incluindo companhias não-operacionais (holdings, fundos, empresa de participação etc.), além de firmas que faliram, mas não deram baixa no cadastro de contribuinte. Mesmo contando os CNPJs emitidos, os inadimplentes somam 25%. São empresas que, pelos mais diversos motivos, estão com débito em atraso no banco, deram cheque sem fundo, tiveram títulos protestados, enfrentam ações judiciais porque não pagaram fornecedores ou funcionários, tiveram (ou terão) a luz e o telefone cortados ou entraram em recuperação judicial.
Não incluídos
Os números da Serasa não incluem os débitos na Receita Federal, no INSS e nos Fiscos estaduais e municipais, com exceção daqueles em fase de execução ou inscritos na dívida ativa. Do total de inadimplentes, 91% são empresas de pequeno e médio portes – com faturamento de até R$ 50 milhões por ano-, tidas como as mais vulneráveis às flutuações das vendas e do crescimento da economia. São ainda as empresas que mais empregam no país, pois respondem por 52% dos empregos formais, segundo o Sebrae.
Como agimos
O comerciante de Santa Fé, em sua total maioria, não tem o hábito de utilizar o serviço o SCPC via internet, que identifica se um cheque tem ou não fundos, e talvez não o faça por achar que estará “ferindo o ego” do consumidor. Moramos em uma cidade pequena, onde todos conhecem praticamente todos…
Daí?
Daí que, após aceitar o cheque, seja em um posto de gasolina, boutique ou em açougue, sendo um “cheque voador”, esse mesmo comerciante se vê “ao Deus dará”, pois a compra já foi efetivada, o item, utilizado ou já consumido, e, nas mãos da pessoa de quem vendeu, apenas um pedaço de papel, com um cifrão e assinatura, sem valor algum. 

Em Santa Fé
Para se ter uma ideia do problema, no mês passado, em supermercado, 8 % dos cheques emitidos não tinham fundos, ou seja, dos 205 recebidos, 16 eram “voadores”, e em uma boutique da cidade, dos 65 cheques recebidos, 14 foram devolvidos, ou seja, 22%, ficando claro que os supermercados optam pela consulta ao Serasa com mais frequência do que a grande maioria das lojas da cidade.
O ataque do PT
Logo após o segundo debate entre os candidatos à Presidência, realizado no dia 1º deste mês, SBT, a cúpula do PT percebeu que o fenômeno Marina era muito mais sustentável do que antes imaginado. Mediante os fatos, Lula deu ordem a marcha informando que “precisamos reagir e reorganizar a tropa”.
Programa eleitoral
Em menos de uma semana o resultado começou a aparecer no programa eleitoral de Dilma, bem como nas inserções de TV e rádio. Segundo a revista Veja, nunca se viu na história eleitoral deste País uma combinação tão violenta de mentiras, falsificações, exageros e falsas acusações como a despejada pelo PT sobre Marina. Ainda segundo a revista, a campanha de Dilma esqueceu o debate de ideias e propostas e ignorou as decências mais básicas da convivência civilizada entre adversários.
Avalanche
No programa de Dilma, a candidata do PPS passou a ser mostrada como um ser aniquilador e desumano, que levará os pobres a passar fome. Para termos ideia do tamanho do apelo, em um espaço na TV, como num passe de mágica, os pratos de comida simplesmente desaparecem diante dos olhos dos esfomeados.
Ufa
Mesmo com tantos ataques inescrupulosos, Marina parece estar resistindo, haja vista que na última pesquisa realizada pelo Datafolha, ela oscilou dentro pra baixo, dentro da margem de erro.

Todos bonzinhos
Hoje em dia não “cola” mais aquela ideia do político bonzinho, sorridente, com criancinhas no colo e dando beijinhos pra lá e pra cá. Os presidenciáveis Dilma Rouseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PMDB), estão, como se diz no linguajar popular “se virando nos trinta”, principalmente quando diante dos jornalistas.
Nova estratégia
Agora, principalmente após os diversos incidentes “saias justas” pelos quais passaram os três principais candidatos a Presidência da República, o treinamento de mídia entrou na agenda dos políticos, com uma mistura de dicas de retórica, controle emocional e comunicação gestual, que serve exatamente para evitar gafes, esconder deficiências do candidato e apresentá-lo de uma forma mais simpática.

Na prática
Marina Silva vem treinando para engrossar a voz e tirar de sua fala tantos termos acadêmicos. Dilma Rousseff, por outro lado, tenta conter seus gestos de prepotência e tantas frases truncadas em suas respostas, e Aécio Neves vem distribuindo sorrisos durante as perguntas e sempre ensaia uma intimidade com o entrevistador, chamando-o pelo nome. Realmente o político não pode dar uma de louco e ter um chilique e em público, principalmente em cadeia nacional, e após uma pergunta inesperada de um jornalista.

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