Dácio da Padaria
Odácio Ferreira de Faria, natural de Cardoso – SP é o nosso herói de hoje e sempre. Sempre porque ao passarmos pela Rua Quatorze e tomarmos um café na Padaria São Paulo, vamos nos lembrar do Seu Dácio da Padaria. Vamos sempre nos lembrar do seu sorriso, da sua alegria, do seu carinho, do seu bom humor, da sua maneira de nos receber, de servir, de brincar…
O nosso herói, aos 22 anos, chegou da sua cidade natal para trabalhar na Casa de Secos e Molhados de Ataíde Moreira, que ficava também na Quatorze, onde era a Lusitana, hoje, Bom Retiro.
Com a mudança do seu Ataíde, para Cassilândia, Odácio montou o seu mercadinho do outro lado da rua. Os negócios iam de vento em popa, tanto que ele encontrou uma princesa para se casar. Assim, o casal, Odete e Odácio, foram morar nos fundos do estabelecimento, que mais tarde se transformou em padaria, hoje com mais de 50 anos de tradição.
Odácio, um homem solidário, fazia do seu trabalho uma festa. Era um festeiro nato. Comemorava os aniversários da esposa e das amigas do casal, Cida Mencaroni e Terezinha Siqueira, num único evento. Com a dona Odete, exímia dançarina, ele dançou nos bailes da vida, primeiro nos salões do Amaury Whitaker, onde era a Caixa Estadual, hoje, o Banco do Brasil. Depois nas pistas do Tênis Clube, entidade o qual foi um dos seus fundadores.
Odácio, com veia filantrópica, também fundou a Loja Maçônica Progresso e o Rotary Club da cidade.
Esportivo ao extremo era um sãopaulino fanático. Certo dia, convidado pelo amigo Daniel, foram à Rio Preto assistir ao jogo do São Paulo e América. Levou de contrapeso o Emídio de Araújo. Coincidência ou não, os bilhetes conseguidos por Mencaroni eram justamente as numeradas da torcida americana. Quando o tricolor fez o gol, o trio todo uniformizado comemorou como nunca. A torcida do diabo vermelho virou uma onça e deu um cacete nos três. Um perdeu o sapato, outro ficou sem a camisa e o boné do terceiro, voou arquibancada abaixo. Sem opção, foram comemorar a vitória na Churrascaria Gaúcha. Na volta para a terrinha tiveram tempo para soltar um rojão de três tiros, mas somente estourou um. Assim, Dácio é que teve de pagar o “Caramuru”, porque os dois alegaram que cada tiro, que deu chabu, era o artefato deles…
Vaguinho Lopes foi quem me contou esta estória, mas o seu final eu ouvi de outros seus dois amigos do peito, Zé Preto, da Santa Paula e Jaime Alves Fernandes, da Relojoaria e Ótica Fernandes.
Quem não gostaria de ser filho ou neto deste herói do cotidiano?
Os filhos, Fátima, Dalton, Júnior, Élcio, Cristiane e, os dez netos são tão privilegiados, como nós, seus amigos e companheiros de todas as horas!