A ética e o advogado, uma relação de pai e filho
Ser advogado é ser ético. Simples.
A ética na advocacia só segue sendo desacreditada por aqueles que, infelizmente, ainda não tiveram contato com um verdadeiro profissional da área.
Desde o princípio, quando se escolhe a advocacia, não se escolhe apenas mais uma profissão. Escolhe-se uma missão de vida. Uma vocação inspirada pelos valores mais puros que o ser humano possui, entre eles, a própria ética.
Quando ainda crianças, nossos pais nos repreendiam acerca de certos comportamentos que consideravam serem errados. Enquanto estávamos debaixo de seus olhos se tornava muito fácil seguirmos aquilo que haviam nos ensinado, porém, quando saíamos do seu campo de visão e nos encontrávamos apenas na companhia de nossa própria consciência, aquilo que nos guiava já não era mais a repreensão de alguém sobre nossas atitudes, mas sim a nossa ideia de “certo” ou “errado”, que tão precocemente começava a ser implantada dentro de nós. É nesse momento que o ser humano começa exercitar a razão.
Essa ideia persegue o homem durante toda a sua existência. Tudo está relacionado à educação e aos exemplos que este observa durante a sua fase de amadurecimento.
Portanto, correto seria dizer que a ética, sabidamente derivada da moral, que, por si só, deriva ainda que “grosseiramente” da definição de certo ou errado que a nossa razão levou alguns anos para desenvolver, nada mais é que aquilo que entendemos por respeito. A diferença é que neste caso já não são mais nossos pais que motivam esse respeito, e sim os “bons costumes”, que continuam – ou não – sendo exalados a nossa volta.
Sendo assim, fica fácil entender que aquele que estuda a área jurídica, e aprofunda seus conhecimentos nas mais variadas formas possíveis de semear a igualdade em nossa sociedade através do Direito e de suas várias vertentes e possibilidades, será sim um profissional ético em suas atitudes e convicções.
O que ocorre, muitas das vezes, é o julgamento do todo pela exceção.
Quando um pai diz ao filho para não mostrar a língua à alguém, pois isso se trata de um mal comportamento, e, ainda assim, ele o faz, poderíamos dizer que, em virtude disso, todas as crianças poderiam ser consideradas “mal educadas”?
Ou poderíamos dizer que, apesar da orientação, dos bons exemplos e do afinco dos pais na educação dos filhos, alguns, fatalmente, cometem atitudes erradas?
Certamente que esta segunda.
O comportamento ético na advocacia não difere deste exemplo do pai e do filho.
Crescemos, enquanto ainda estudantes, cercados por bons e valiosos exemplos e ensinamentos. O caminho que nos é incentivado a seguir será sempre o melhor possível de se imaginar.
Porém, quando algum de nós, infelizmente, age fora daquilo que fomos ensinados a perseguir, não é correto que se julgue todos por aquela atitude errada. Nem mesmo é correto crucificá-lo por conta disso, assim como não faríamos com um filho nosso.
É este o motivo da existência do Código de Ética e Disciplina da OAB. Para ser um guia permanente destes profissionais dentro dos seus caminhos. Para lembrar-lhes constantemente aquele ideal maior a ser alcançado, e não apenas para repreendê-los.
Tais regramentos existem para seguir semeando os bons costumes e exemplos com os quais eles já estão primordialmente acostumados a conviver.
Por isso, repito: essencialmente, ser advogado é ser ético.
E que provem o contrário.