A Rainha da Cocada Preta
A nossa heroína de hoje é baixinha, brava, dentuça, gordinha, usa um vestido vermelho, e tem um amigo que fala errado!
Um dia ela foi à França e disse que não tolera a corrupção, mas, na verdade, a moçoila queria dizer que apenas tolera os bacuris corruptos.
Numa festa de aniversário, a nossa heroína fez um pronunciamento que foi considerado o “Discurso do Ano”: “Se hoje é o Dia da Criança é também dia da mamãe, do papai e da professora, a nossa tia, mas também é o dia dos animais… Sempre que você olha uma criança há sempre uma figura oculta que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.”
Os garotos da rua vivem dizendo que a nossa menina é medíocre, autoritária, inexperiente, não gosta da mídia, joga na retranca e pode levar o Brasil para o buraco negro…
Certo dia a nossa garotinha prodígio foi entrevistada no Jornal Nacional, pelo Boner:
– Minha pequerrucha, porque você é mal educada?
– Eu não sou mal educada, eu não gosto da educação!
– Você tem uma razão em especial?
– Eu, que sou a dona da rua, não quero que a molecada tenha educação, senão os guris vão ficar mais críticos e menos alienado e eu posso perder esse poder…
– Existe uma campanha no seu bairro contra a cleptopirose, doença transmitida pelos ratos. Você apoia esta ação comunitária?
– Se é comunitária, deixa com os curumins, da minha parte confesso e não minto – tenho horror a ratos…
Ao visitar o Templo de Salomão se encontrou com Edir Macedo, que foi logo perguntando:
– E aí guria, já pagou o dízimo?
– E aí pastor, já pagou imposto?
Numa briga de rua, um pirralho questionou a sua suposta liderança dizendo em alto e bom som que a nossa heroína quer ser a Rainha da Cocada Preta só porque tem um coelhinho encardido e não é parceira de ninguém. Foi quando a dona do pedaço respondeu à altura: “Não há no mundo democracia sem partido. Democracia sem partido é um preâmbulo, um flerte com o autoritarismo. Porque, por trás dos bastidores, tem alguém mandando bala e geralmente é alguém rico.”
Não quero ser dona do Porto de Ilhéus, Cabedelo, Santos, Paranaguá, Natal ou, quero apenas o Porto de Cuba, porque minha mãe é fã de uma cuba livre…