Luiz Gonzaga Rodrigues

Publicado em 9/01/2015 23:01

Os pais do nosso herói de hoje, Francisco e Dona Joana Maria de Jesus eram fãs de carteirinha do “Rei do Baião”.
E por estas e outras razões é que colocou o nome do seu filho de Luiz Gonzaga, músico brasileiro, conhecido mundialmente através da música “Asa Branca”.
O nosso Luiz Gonzaga nasceu aos 6 de outubro de 1925, em Capistrano, cidade do sertão do Ceará, que possui este nome em homenagem a um dos maiores historiadores do Brasil, João Capistrano Honório de Abreu.
Ao completar 18 anos, o nosso herói saiu de casa. Foi para Fortaleza como açougueiro e balconista de bar. Depois veio para São Paulo trabalhar na roça, em Onda Verde e em seguida, em Nhandeara.
Em 1949 chegou a Santa Fé do Sul para morar num sítio. Após um trabalho árduo de dez anos como lavrador, em 1950 comprou uma máquina fotográfica e ia de bicicleta tirar retratos nos sitos e fazendas da redondeza. Ele chegou a fazer fotos também no Mato Grosso, em Aparecida do Taboado e região.
Por estas andanças conheceu a sua princesa fotogênica, Maria Madalena da Silva, com quem se casou. Certamente o Foto Nozima foi quem fez a reportagem do enlace matrimonial.
Em 1960, em sociedade com Waldemar Santos, comprou o Foto Marabá que funcionou por 45 anos, na Rua 14. Do seu estúdio saíram os melhores profissionais da fotografia, de Santa Fé do Sul, como o saudoso Isaias e Zezinho de Souza, filho da Mazinha, além dos coadjuvantes, Osvaldo Messias e Daniel.
Nas décadas de 60, 70 e 80, ajudou a organizar o Baile de Debutantes, do Santa Fé Tênis Clube, o qual foi sócio-fundador da entidade. Foi uma época de muito romantismo, retratado naturalmente pelas lentes do jovem fotógrafo.
Luiz Gonzaga aliava sempre o seu bom coração com a sua peculiar generosidade. Era um homem muito ligado a sua família. Somente após 30 anos de ter saído do Ceará, Luiz voltou para sua terra natal para rever os parentes. Quando os seus três filhos, Tereza (psicologia), Luiz César (cursinho) e Amilton (colegial) foram estudar em Campinas, quase que se mudou para lá. Isto não aconteceu porque o seu grande amigo Odácio, da padaria, o convenceu de que ele deveria ficar por aqui e fazer a história que só os grandes heróis conseguem: junto com Seo Nozima, Luiz Gonzaga registrou a história fotográfica da cidade de 1960 a 2000, hoje exposta no Museu da Imagem e Som.
Nos anos 70 foi vereador pelo MDB, no primeiro mandato de Jeromão, que era da ARENA. Naquela época não havia remuneração para os edis e a oposição era a maioria na câmara municipal. Houve manobras da situação no sentido de comprar o prestígio do nosso herói, que sumariamente foi contra. A partir daí se desgostou da política, mas sempre estava atento a ela, como cidadão comum. Ele amava a cidade como nunca.
Os netos Leonardo e Lucca, de Amilton e Margaret; Larissa, Bruna e Beatriz, de Tereza e Orlando; Brenda, Andressa e Arthur, de Luiz César e Valdiléa são privilegiados por ter um avô, um verdadeiro super-herói do cotidiano, que foi da roça, trabalhou como açougueiro, balconista, oleiro, pedreiro, padeiro, taxista e fotógrafo. Venceu todos os obstáculos com honestidade e dedicação, símbolo de um herói mais que perfeito!

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