FUNKEIRO FAZ MÚSICA COM AMEAÇAS A POLICIAIS E É PRESO
Um funkeiro de Jales, Anderson Ferreira Adriano, de 20 anos, o MC Andinho, foi detido na quarta-feira, 18, pela Polícia Militar em Fernandópolis após divulgar, em um aplicativo de bate-papo para celular, o áudio de um funk em que xinga e ameaça matar policiais civis e militares de Jales.
A letra, improvisada e repleta de palavrões, havia sido declamada à capela dias antes por MC Andinho. “Vai segurando, tá ligado que eu falo pra tu / A polícia vai colar, parceiro, tomando tiro no c.”, diz a letra.
No total, o funkeiro, morador do Jardim América, em Jales, cita 12 policiais da cidade, cinco civis, seis militares e um ex-investigador, entre eles o delegado da Delegacia de Investigações Gerais, Sebastião Biasi, e o tenente da PM Alex Tominaga. “Arrombado do Ismael e do Biasi / Vai segurando / Que nóis é Beira-Mar”. (trecho da letra)
“Isso mostra que temos tido eficácia no combate ao crime. Por isso essa reação. De qualquer forma, precisamos ser precavidos”, disse o delegado Biasi.
Andinho diz na música pertencer à facção PCC, o que a Polícia Civil de Jales não confirma. Também se gaba de andar em carros de luxo, frequentar festas regadas a bebidas caras e usar drogas. “(…) quando acaba o baile, ela vai na minha casa / Eu dei pra ela umas cem grama”. Por fim, admite fazer apologia às drogas. “É apologia, nóis tá suave”. Terminada a música, um interlocutor, não identificado, comenta. “Se os cara vê uma fita dessa…” E outro responde. “Se é doido, fi, vou mostrar nada não”.
Andinho foi detido por PMs no bairro Albino Mininel, em Fernandópolis, na tarde de quarta-feira. Segundo os policiais, ele teria resistido à abordagem. No 1º Distrito Policial, o funkeiro aparece em um vídeo, possivelmente gravado por um policial militar, com o semblante abatido pedindo desculpas. “Queria pedir perdão, aí. Polícia Militar, Civil também, aí. Errei, tô ligado, eu fiz essa fita mesmo. Perdão a todos vocês”, disse. Ele foi indiciado por apologia ao crime, ameaça e resistência à prisão. Foi liberado após pagar fiança de um salário mínimo. O inquérito será conduzido pelo 1º Distrito Policial de Fernandópolis. Procurada pela reportagem, a assessoria do 16º Batalhão da Polícia Militar em Fernandópolis informou que não iria comentar o episódio. Diário Web