Cecílio Nozima
Cecílio Nozima, o nosso herói de hoje, foi antes de tudo um guerreiro, tal qual o centro-avante do seu time do coração, o Corinthians.
Vestindo a armadura da bondade, da amizade e do companheirismo, seguiu os passos de seu pai Tsumatsu Nozima, o pioneiro da fotografia da nossa terra, e, registrou, em imagem, a história da nossa Estância. Segundo filho de dona Riki, uma das maiores dançarinas de Bon Odori da cidade.
O casamento do nosso herói com a cara-metade Sônia Lemos foi no Clube Nipo, o maior acontecimento do ano, fotografado, naturalmente pelo Antônio, o seu fiel escudeiro. É que na época não existia o tal de “pau de self”, porque provavelmente, ele faria a sua auto-reportagem.
Em 1967 formou-se como técnico em contabilidade na Escola de Comércio, dos professores Zé Clemente e do saudoso Mário Gobbi.
Na festa de formatura, que foi na sua casa, o colega Raimundo Silva animou o evento com excepcional pagode. Cecílio, na hora dos comes e bebes, educadamente ofereceu sunomono ao Arlindão e este, logo foi perguntando: – Que que é isso meu irmão? – É pepino com açúcar, respondeu o anfitrião. – Tô fora, detesto “péricles”!
Foi no time da escola que Nozima se iniciou no futebol, como goleiro, precisamente, no esporte da bola pesada. E como era pesada a bola de futebol de salão daquela época. O pessoal ainda enfaixava o couro com esparadrapo e ela parecia chumbo. E a quadra, um primor. Tanto a do Flamenguinho como a do Tênis Clube pareciam uma lixa. Cada jogo, um kichute. Era aquele calçado que tinha as travas de borracha e um cadarço quilométrico que dava voltas e voltas na canela do jogador, como as sandálias de um gladiador. Um verdadeiro charme futebolístico.
Disputando um jogo pelo campeonato de futsal no Tênis, a equipe formada pela Escola de Comércio tinha a turma do Tatu como elenco: Cecílio Nozima, Gamen (Campo Grande), Adbala, Pedro, Jorge e Washington Ale (Tatuzinho) e perdeu a partida, ao apagar dos refletores. Ademar Português, do time adversário, de Três Fronteiras meteu um bico no ângulo esquerdo do nosso herói. O Campo Grande, instintivamente gritou: – Como foi isso japonês? Foi quando Nozima, humildemente respondeu: – Mas eu nem vi “bôra”!
Depois de grandes defesas, Nozima é lembrado por ter tomado gols incríveis, como os de Baixinho, do time de Santa Rita, cujo técnico era o Valdomiro Trevisan Castilho.
Cecílio jogou no antológico time dos Anjos que tinha craques como Múrcio, Techite, Itamar Dota, Marinho, Toinho, Nenê, Magrão, Zé Carioca, Guilherme Polastrini e Shiguemi.
Certa noite a turma estava reunida na padaria do Seu Joaquim, hoje, do Jipão, quando subitamente um carrão parou na frente do estabelecimento. O nosso herói invocou com o japonesinho que saiu todo imponente da viatura. Os seus conhecimentos de artes marciais foram por água abaixo. O cara era faixa preta, simplesmente.
No baseball jogava como catch, pupilo de Morimoto, Gordo e Tadatsugu Shikanai, no campo onde hoje é a praça, em frente da Santa Casa e, depois no campo do Nipo, perto da Caixa d’Água do Saae.
Cecílio foi da primeira turma de Educação Física, na Funec e foi professor em Costa Rica. Concursado como oficial de justiça foi para Paranaíba. Depois de se aposentar o descanso do guerreiro foi na sua terra natal. É o orgulho das irmãs Hisako, Sueca, Helena, Luíza e do caçula Kenji. É o idolo dos filhos George, Eduardo, Cecília e do neto Gustavo. É exemplo de bondade, amizade e companheirismo para todos nós!