Tópicos da Semana – Edição de 21/03/15.
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Charge: Leandro Gusson (Tatto)
Cortes
Em meados do ano passado, quando o prefeito Armando Rossafa deu início a uma sucessão de cortes de gastos, desde a dispensa de funcionários até o “mero cafezinho”, o mesmo foi taxado de Alarmando, de munheca, de mau gestor da coisa púbica, dentre outros adjetivos, sempre vindos de quem realmente estava em posição de guerra – como se ele estivesse gagá, e, montado em um pangaré, passando por cima de tudo e de todos.
A água bateu
Hoje, com essa crise toda, que agora bateu naquele lugar para a grande maioria dos cidadãos deste país, muita gente enfiou o rabinho no meio das pernas e está tendo que suar a camisa para manter seus estabelecimentos comerciais de portas abertas, cortando aqui e acolá, desde a demissão de empregados, passando pela diminuição do consumo de luz, para que, quem sabe, consigam atravessar esta terrível tempestade.
Um rolê
Basta darmos um rolê (como dizem os mais jovens) pela cidade para observarmos que muitas lojas que mantinham suas vitrines acesas durante à noite toda, hoje estão as escuras. Restaurantes, que antes tinham dez funcionários, hoje estão operando com cinco, e olhe lá.
Rolê II
O susto tem sido geral, seja na hora de pagar a compra do mercado, do açougue ou da feira, ou até mesmo quando abrimos a conta de luz. Estamos, sim, vivendo uma crise sem precedentes, embora muitos fanáticos ainda continuem a afirmar que tudo vai muito bem, obrigado, ou que o problema não vem de hoje, então precisamos “cortar o mal pela raiz”.
Ficcap
Em entrevista, Armando Rossafa afirmou na semana passada que a Prefeitura não arcará com os custos para a realização da Ficcap – Feira, Industrial, Comercial, Cultural e Agropecuária – de Santa Fé do Sul.
Argumento
No ano passado foram gastos R$ 1.428.000,00 para a realização da festa e, este ano, embora possua recursos financeiros, as prioridades da Administração são outras, como a Apae, uma vez que a entidade teve um corte nos repasses de recursos, e, por isso, a Administração repassará R$ 120 à entidade.
Mais prioridades
Anualmente a Prefeitura repassa cerca de R$ 2.640.000,00 para a UPA, R$ 552 mil, em 12 parcelas, para a Santa Casa. Recentemente precisou fazer o aditamento de R$ 600 mil da arrecadação municipal ao hospital para cumprir compromissos com o pagamento de médicos e funcionários. Como se não bastasse, segundo o prefeito algumas empresas que venceram licitações para a realização de asfaltamento e recapeamento estão exigindo aditamento de cerca de R$ 120 mil, sob a alegação de defasagem contratual por conta dos constantes reajustes das matérias primas, e, caso o mesmo não seja feito, as empresas cancelarão os contratos. Se isso acontecer, a Administração terá que devolver quase R$ 700 mil de convênios já firmados com o governo federal, cujos valores já estão depositados em conta.
Educação e etc
O prefeito também alegou que deve investir os recursos na educação, com a construção de novas creches e na infraestrutura da cidade, além de compromissos assumidos recentemente, como a iluminação pública. Para realizar a festa, a Administração teria que desembolsar cerca de R$ 350 mil dos cofres públicos, o que se torna inviável diante das conjunturas atuais.
Fora!!!
No domingo, 15, os brasileiros foram às ruas em todos os 26 Estados, no Distrito Federal e em algumas cidades do exterior em protesto contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Houve protestos em mais de 200 cidades, que mobilizaram, ao todo, 2,5 milhões de pessoas.
Fora II
A cidade de São Paulo teve o maior público: 1 milhão, segundo a polícia. Grande parte dos manifestantes pedia a saída ou o impeachment da presidente Dilma e protestava contra a corrupção. Algumas manifestações isoladas defendiam a intervenção militar no Brasil, embora esse pedido seja ilegal, uma vez que é fortemente contrária à Constituição – em seu artigo 5º, a Constituição diz que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.
Em Santa Fé
Em Santa Fé, segundo os organizadores da manifestação, diferentemente do que o esperado, que era de mil pessoas, contou com a presença de pelo menos 2 mil. Cansados, como a grande maioria dos brasileiros, de injustiças, de tanta corrupção, como no caso da Petrobras, jovens, crianças e adultos foram para as ruas da cidade.
E vem mais por aí…
Pelo que tudo indica uma nova manifestação contra a corrupção e contra o PT ocorrerá pelos quatro cantos do País, e, em Santa Fé, anteontem, os organizadores já se juntaram para que a mesma seja realizada, dia 12 de abril, de forma pacífica, porém com uma abrangência maior de participantes.
E mais ainda?
O que vem por aí, e talvez maior ainda, seja o rombo do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social –, uma vez que os brasileiros não sabem a dinheirama que o referido banco mandou para fora, bem como usou. O fato é que existem mais de 3.000 mil empréstimos concedidos a outros países, entre 2009 e 2014, cujos valores não foram informados a nós, contribuintes.
Obras
Dentre as inúmeras obras estão à construção da Barragem Moamba Major, em Moçambique (US$ 3,5 milhões); corredores de ônibus, também naquele país (US$ 180 milhões); Hidrelétrica de Tumarim, Nicarágua (US$ 343 milhões); segunda ponte sobre o Rio Orinco, Venezuela (US$ 300 milhões); linhas 3 e 4 do metrô de Caracas, também na Venezuela (US$ 732 milhões); soterramento do Ferrocarril, em Sarmiento, na Argentina (US$ 1,5 bilhão); Aqueduto de Chaco, também na Argentina (US$ 180 milhões); Autopista Madden-Colón, no Panamá (US$ 152,8 milhões).
Obras II
E a lista de obras parece não parar por aí, haja vista ter havido a construção do metrô na cidade do Panamá (US$ 1bilhão); Hidrelétrica de Chaglla, no Peru (US$ 320 milhões); Hidrelétrica do Equador, também no Peru (US$ 243 milhões); Hidrelétrica de Mandariacu, também naquele país (US$ 90 milhões); Porto de Mariel, em Cuba (US$ 682 milhões); Aeroporto de Nacala, em Moçambique (US$ 125 milhões); sem contar os valores que ainda não apareceram ainda, como para o abastecimento de água em Lima, no Peru; renovação da rede e gasoduto de Montevidéu, no Uruguai etc.
Oras bolas
Ou vistamos a camisa da não impunidade ou então sejamos logo coniventes com tudo o que vem acontecendo em nosso querido País, pois agora chegou à vez de dizermos o verdadeiro basta a todo e qualquer tipo de corrupção, embora saibamos que, sem ingenuidades, isso será ainda um longo percurso a ser percorrido.
Luta
Não é possível que não consigamos lutar pelos nossos direitos, pela redução de impostos, por essa roubalheira deslavada que tomou conta de nosso Brasil. Temos o dever de lutar pelo que é nosso, e isso é um compromisso que temos que arcar, pois, senão o fizermos, estaremos alimentando mais e mais os grandes ratos da corrupção.