Trânsito consciente: o que ainda falta para Santa Fé
Santa Fé é um cidade organizada. Isso é fato.
Em alguns aspectos está anos-luz à frente de outros municípios. Este é o motivo de constantemente ouvirmos comentários elogiosos a ela.
Porém, quero hoje destacar aqui algo em que, infelizmente, ficamos atrás de algumas outras cidades, que na maioria das vezes nem sequer possuem uma estrutura tão boa quanto a nossa.
O trânsito de Santa Fé é o ponto.
Na verdade, quando aqui me refiro ao “trânsito”, de modo geral, não falo da infraestrutura deste – que também nos coloca à frente de muitos outros locais-, mas sim do comportamento dos motoristas e pedestres que o compõe.
Resumindo: a questão é comportamental e não estrutural.
Muitos já devem ter ouvido falar do comportamento ímpar que existe no trânsito da capital Brasília.
Entre vários aspectos positivos, dois deles se destacam, pois, basicamente, resumem aquilo que é necessário para se ter um trânsito melhor: o respeito aos pedestres e aos demais motoristas.
Um pedestre pisa na faixa e todos os carros param. Mesmo que seja de fato apenas um pedestre. Mesmo que o semáforo no local esteja aberto. Todos param. E se algum motorista não respeita essa parada, recebe buzinadas e uma rápida “chamada de atenção” dos demais. Isso é respeito aos pedestres.
Se o fluxo na via está carregado e o motorista precisa se manter na faixa a sua esquerda para uma conversão, ou a direita para uma curva, basta dar seta sinalizando sua direção e o carro atrás freiará para lhe dar espaço necessário para ingressar na faixa. Mesmo que o trânsito esteja quase que congestionado. Mesmo que seja quase que vários tenham que frear para dar espaço a um. Eles faram isso. Porque isso é respeito com os demais motoristas.
Antes que alguém diga que só posso estar maluco em querer comparar o “costume” de uma capital como Brasília com o de uma simples cidade do interior, destaco que o motivo principal do texto é dizer que este comportamento também já está em várias outras cidades do nosso país.
Já viajei por várias cidades a trabalho e constatei um respeito no fluxo de veículos e pedestres maior do que aquele que encontramos aqui.
Recentemente fui algumas vezes para Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, e, mesmo durante o horário de grande fluxo, tendo em vista a expansão constante deste município cercado por grandes empresas e até multinacionais, notei um comportamento exemplar em seu trânsito.
Confesso que quando pisei na faixa para atravessar a esquina da praça central e os carros pararam para me aguardar cruzá-la, solitário, fiquei extremamente surpreso.
Para comprovar se fora um acaso, repeti a experiência em outros locais na área central, atravessando inclusive com o semáforo aberto, e em todas as oportunidades os carros respeitaram a mim e aos outros pedestres.
Dirigi pela cidade e testei a hipótese de ter que trocar de faixa com trânsito lotado. Mais um ponto positivo para aquele lugar. Apesar que isso tenho notado em outras cidades também, inclusive em muitas da região. Parece que a paciência em outros lagares é maior. Ou será que aqui ela é menor que o normal?
Não sei. Só sei que é preciso uma boa dose de consciência e educação para os motoristas de nossa cidade, uma vez que, facilmente, quem agora lê este texto deve se recordar de alguma situação de desrespeito pelas vias locais.
Eu, por exemplo, vi um carro acelerar ansiosamente enquanto cruzava a faixa de pedestres localizada na esquina do banco Santander. Tudo porque o semáforo ficara verde quando eu estava na metade do caminho.
Pergunto: custava esperar “longos” três segundos? Creio que não.
Assim como creio que não vale a pena trocar uma chance de ser educado pela desvairada atitude da pressa.
Portanto, faço agora um apelo aos motoristas e pedestres, principalmente aos santafessulenses: respeitem para serem respeitados.
Vamos juntos construir um trânsito consciente para a nossa cidade.