O clamor das ruas

Publicado em 17/04/2015 23:04

Domingo passado, eu e a Lúcia, estivemos sim, no manifesto de rua, para mostrar que o Brasil real é melhor do que o Brasil oficial. Encontrei pessoas lúcidas que também foram para protestar contra a corrupção que assola o país. Estavam lá os amigos Gino, Norio e sua esposa Sandra, Lincoln e Madalena, D. Otilia e muita gente, principalmente jovens, estudantes e universitários.
Depois do Hino Nacional, cantado pelos presentes, Antônio Donizete, líder do Movimento Brasil Livre me pediu para dar o meu depoimento, em público. Naquele momento passou um filme na minha mente sobre as manifestações contra a ditadura militar nos anos 60.
Na época, eu, da Farmácia e, a Lúcia, da Filosofia, em Araraquara, nos engajamos naquele movimento revolucionário. No meio dos acadêmicos existiam os alienados, aqueles que não estavam nem aí com os acontecimentos da política nacional. Foi um grande risco participar de tal movimento. Muitos dos nossos colegas foram presos, torturados e alguns foram mortos pelo Dops. Vivemos os Anos de Chumbo, mas por outro lado tivemos a Época de Ouro da arte, da cultura e da música.
Somos do tempo do rock and roll, dos The Beatles e Elvis Presley. Do iê-iê-iê da Jovem Guarda, com Roberto, Erasmo Carlos e Wanderléa. Da Elis Regina, que com a música Arrastão, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo marcou o início da MPB, no Brasil. Aí tivemos ainda, Tom Jobim, Chico Buarque, Nara Leão, João Gilberto e tantos outros. A tropicália, outra onda musical destacou Caetano, Gil, Maria Bethânia e Gal Costa. Não devemos nos esquecer de Geraldo Vandré, com a música histórica – Pra não dizer que não falei das flores, censurada pelo AI-5. Simplesmente, o símbolo sexual da época era Brigitte Bardot…
Por estas e outras razões que na minha fala durante a manifestação deste domingo discorri sobre engajamento e comprometimento das pessoas.
Estamos cada vez menos comprometidos com as pessoas, com a família, com o trabalho, com a sociedade, com o nosso Brasil. Mas na verdade, não basta sermos apenas comprometidos, fazer o nosso trabalho do cotidiano – chegar na hora certa no serviço, entregar o que foi combinado entre as partes, ser voluntário das instituições sociais sem faltar nos dias prometidos. Precisamos antes de tudo, ser engajados, uma coisa que vai muito além de um compromisso, porque se trata de realizar algo com paixão e com muito amor.
Quando estamos comprometidos estamos conscientes da nossa responsabilidade e quando estamos engajados, estamos envolvidos emocionalmente, temos uma disposição maior que reflete nas pessoas engajadas – elas possuem um brilho especial no olhar.
Seja você também uma destas pessoas para mudar o Brasil!

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