B. B. King

Publicado em 23/05/2015 00:05

O nosso herói de hoje é B. B. King, o Rei do Blues, o lendário músico que se despediu, em Las Vegas, da sua imensa legião de fãs, aos 89 anos. Em setembro de 1925 nasce Riley B. King, em uma fazenda, no Mississipi, Estados Unidos. Sua infância foi parecida com a de milhares de meninos negros, trabalhadores agrícolas nas grandes plantações de algodão.
De origem humilde conhece o blues aos 9 anos, após a morte da mãe. Criado pela avó trabalhou na panha de algodão, recebendo pouco menos de um dólar por dia de colheita.
Nos anos 30 constrói o seu instrumento, usando com fios de algodão atados a um cabo de vassoura. Depois, compra o seu primeiro violão de verdade com o adiantamento de US$ 15, pagos por seu patrão.
Nos anos 40 tocava e cantava música gospel nas esquinas e em bares. O seu violão já fazia sucesso. A falta de eletricidade no interior do país fazia dos instrumentos musicais uma atração à parte. Mas logo percebe que para ganhar umas moedas era melhor “deixar de louvar o Senhor para louvar garotas”.
Para tentar a carreira musical, B. B. King se muda para Memphis e dirigido pelo primo, Bukka White. Exímio guitarrista e, um dos mais célebres músicos de blues da época deu as dicas musicais ao futuro gênio.
Era início dos anos 50, num show no Arkansas, uma briga provoca incêndio no salão. Depois de deixar o local, B. B. King percebe que esquecera lá dentro, sua guitarra. Imediatamente, o nosso herói, retorna ao prédio em chamas para pegá-la. Ao descobrir que o motivo da briga era uma moça chamada Lucille, passa a batizar assim todas as suas guitarras.
Sua carreira ganhou fôlego em 1949 ao ser contratado como DJ de uma rádio, onde ganhou o apelido que o eternizou, Blues Boy, ou simplesmente B. B.
Seu primeiro grande sucesso nacional foi “Three o’clock blues”, que estourou nos anos 50. A partir daí começou a fazer turnês sem parar. Só no ano de 1956 sua banda chegou a fazer um recorde de 342 apresentações.
B.B. King criou um estilo autêntico de guitarra. Em seus solos, ao contrário de outros guitarristas, o Rei do Blues preferia usar poucas notas. Ele dizia que conseguia fazer uma nota valer por mil.
Ele tinha verdadeira paixão por seus instrumentos, mas em visita ao Vaticano, dá uma “Lucille” de presente ao papa João Paulo II.
Em 2012, fez parceria inesperada com o presidente americano Barack Obama, durante um show de blues na Casa Branca.
Aos 86 na os, ainda fazia cerca de 100 apresentações por ano. O último show no Brasil ocorreu em 2012, em São Paulo, que tive o privilégio de assistir. Antes, se apresentou no Rio de Janeiro e em Curitiba.
“Quero ser melhor, muito melhor do que sou hoje. Não se está morto até morrer. Serei um garoto até a morte.” – B. B. King

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