MULHER QUE QUEIMOU JOVEM PODE RESPONDER POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO
A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito que investiga a agressão contra a jovem Ana Carolina Soares, de 27 anos, ocorrida no início do mês. De acordo com a Polícia Civil, a mulher suspeita de atear fogo pode responder por tentativa de homicídio. Segundo as investigações, uma moradora é suspeita de atear fogo nos pertences da jovem, que é usuária de drogas e dormia na rua, e as chamas acabaram a atingindo. Ana Carolina está internada em estado grave na UTI da unidade de queimados do Hospital Estadual. Ainda segundo a polícia, o caso foi registrado como lesão corporal, mas a determinação do crime será definida ao final das investigações e o indiciamento pode ser por tentativa de homicídio. A polícia informou que já ouviu algumas testemunhas e a suspeita do crime. Em depoimento, a mulher disse que Ana e um homem estariam ingerindo bebida alcoólica, na frente da casa dela, quando ela ateou fogo nos pertences da vítima e, ao se levantarem assustados, a bebida teria caído sobre o corpo da jovem, o que fez com que as chamas se alastrassem e a atingisse.
Ainda segundo o depoimento, a mulher disse que cometeu o crime porque queria que os andarilhos deixassem o local, onde eles estariam dormindo, ingerindo bebidas alcoólicas e mantendo relações sexuais. Em entrevista ao G1, a suspeita, que pediu para não ser identificada, disse que agiu por impulso e não tinha a intenção de ferir a vítima.
Ela contou ainda que estava em casa bebendo com amigos e foi incentivada. “As pessoas ficavam falando que iam colocar fogo. E eu agi no impulso, tinha que ter pensado. Não tinha intenção de matar ninguém. Se eu tivesse, não tinha socorrido ninguém, tinha deixado pegar fogo.” A polícia ainda vai ouvir outros envolvidos no caso e também o homem que estaria com Ana Carolina. Ele precisou receber atendimento médico, mas não se feriu com tanta gravidade. Segundo a irmã da vítima, Juliana Talita Soares, trata-se de um senhor que mora na rua onde eles estavam no dia da agressão e também tem problemas com alcoolismo. Segundo Juliana, a irmã sofre de alcoolismo desde os 20 anos e passava por tratamento.
Ainda de acordo com a polícia, um médico legista deve examinar a vítima assim que ela tiver uma melhora no quadro clínico, como parte das informações necessárias ao inquérito policial.
No domingo, 17, um grupo de cerca de 20 pessoas fez uma manifestação no local onde ocorreu a agressão, no bairro Nova Esperança, pedindo Justiça. Os manifestantes atearam fogo em um sofá e o protesto só acabou com a chegada do Corpo de Bombeiros.
Segundo a polícia, o inquérito policial sobre o caso também vai investigar o caso de depredação e também a denúncia de que tanto a suspeita como outras testemunhas da agressão estariam sendo ameaçadas. G1