MUITO ALÉM DO PESO

Publicado em 1/02/2014 04:02

O título da coluna de hoje é o mesmo de um documentário excelente feito sobre a obesidade infantil no Brasil.
Por que uma, em cada 3 crianças, está com excesso de peso? Por que a obesidade mais que triplicou nos últimos 20 anos? Por que as nossas crianças começaram a enfrentar algumas doenças conhecidas apenas na velhice, como diabetes, colesterol alto e hipertensão? De quem é a culpa?
Não gosto muito desta palavra: culpa. Acho que procurar culpados não resolve o problema. Agora, se pensarmos de quem é a responsabilidade, daí conseguiremos modificar a parte que cabe a cada um. Então, mudo a pergunta: de quem é a responsabilidade sobre o aumento alarmante da obesidade infantil?
Não existe apenas um responsável, nós mudamos nossos valores e hábitos de vida nos últimos anos, por isso, como o título já diz, a obesidade vai muito além do peso.
Será que o modo como começamos a encarar o mundo e a vida através do consumo de “coisas” para aliviar as tensões contribuiu? Com certeza. Consumir foi a melhor estratégia econômica para disciplinar as pessoas a gastar mais sem pensar. Consuma, compre, tenha a roupa, carro, sapato, celular, etc, do momento. Há 20 anos muitos de nós tínhamos apenas a roupa de sair e a roupa de trabalhar. As mulheres sobreviviam com poucos pares de sapato e, finalmente falando da nutrição, havia poucas opções de comidas industrializadas: refrigerante, pizza, chocolate e afins não apareciam com tanta freqüência no nosso dia a dia. A lancheira da escola não tinha o suco de caixinha ou o bolo pronto.
Nós trabalhamos cada vez mais, nos estressamos demais, nos cansamos demais para podermos consumir mais. Coisas e pessoas.
Além disso, será que a mídia com suas propagandas e estratégias de marketing influencia a consumir alimentos não tão saudáveis? Absolutamente. Nunca vi uma propaganda dizendo “compre maçã, compre maçã”. O consumo alimentar engloba a necessidade e o desejo, e para despertar isso os alimentos vêm exageradamente coloridos, com personagens e mensagens que estimulam o consumo.
Outro ponto é o acesso mais fácil a estes alimentos. Existem diversas marcas e todos os preços.
Portanto, para combatermos este mal que também afeta mais de 60% da população adulta não temos apenas que mudar a alimentação, temos que rever o nosso modo de pensar, de viver, de consumir.
Se cada um começar a reconhecer a sua parcela de responsabilidade nós poderemos sim começar a mudar muitas coisas.
Uma vida saudável começa pela alimentação!
Consulte um nutricionista!

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