O conto do BNDES
Obras bancadas pelo BNDES no exterior não são fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal ou qualquer órgão de controle. É o caso do financiamento de 684 milhões de dólares do Porto Muriel, em Cuba. A condição do BNDES sempre é mesma, em países latino-americanos ou africanos: entregar à obra a empreiteira brasileira, cuja escolha não tem licitação, nem auditorias com juros mais baixos que os de financiamentos nacionais.
O procurador federal Hélio Telho alerta que o escândalo do BNDES pode ser sete vezes maior que o Petrolão e Mensalão, que juntos somados são cerca de R$ 70 bilhões.
Os negócios secretos do BNDES envolvem empréstimos, doações a ditaduras e obras construídas em Cuba e em outros países como Argentina, Venezuela, República Dominicana, Equador, Guatemala, Angola e Moçambique, por empreiteiras denunciadas na Lava Jato, na ordem de R$ 500 bilhões
Como que a coisa funciona?
Segundo Homero Viana Jr. a estória começa com o vôo do Lula nas asas de uma empreiteira a uma republiqueta africana. Fechado o negócio, digamos de US$ 500 milhões para uma hidroelétrica, o BNDES, em operação sigilosa, pega o dinheiro do Tesouro (dinheiro nosso) e entra com o financiamento cobrando juros de pai para filho ao governo do tal país. Como a empreiteira vai lucrar com a transação, quiçá superfaturada, repassa uma parte deste lucro à tesouraria do PT em forma de “doação legal de campanha”. Como os ditadores africanos não gostam de pagar o que devem, não pagam. E mais tarde são agraciados com o perdão da dívida pelo nosso governo. Como Walter Menezes, de São Roque, também gostaria que o BNDES concedesse ao cidadão brasileiro empréstimos à módica taxa de juro de 2,8% ao ano, para investimento no exterior: ir ao Paraguai comprar umas bugigangazinhas…