Para o amanhã pode ser um adeus

Publicado em 4/07/2015 00:07

Apesar de muitos já não aguentarem mais ouvir falar sobre a morte do cantor Cristiano Araújo e de sua namorada, Alana – que merecem de fato ter sua memória e a privacidade de suas famílias respeitada –, trago aqui hoje uma abordagem reflexiva sobre este acontecimento.
É tentador o desejo de discorrer a respeito da barbárie da divulgação das imagens do corpo do cantor, bem como dos absurdos ditos pelo pseudojornalista Zeca Camargo, porém, manter-me-ei fixo apenas a reflexão que o acontecimento inicial gerou em nós, de modo que deixo minha página pessoal no Facebook aberta para aqueles que pretenderem ler minhas opiniões a respeito dos demais episódios.
O luto que se abateu sobre quase toda a nação brasileira não se deve apenas ao fato de Cristiano Araújo ser um cantor de sucesso, e de um dos ritmos mais ouvidos no Brasil (a contrario sensu do Zeca), até mesmo porque não é preciso ser ídolo para se merecer o respeito e a compaixão do próximo, ainda mais na ocasião de uma morte tão trágica.
A sensação de “perca” que preencheu o interior de nossa alma derivou da instantânea percepção que tivemos a respeito da fragilidade da carne e da brevidade da vida terrena.
Mesmo para aqueles que talvez não conhecessem tão a fundo a história e carreira do cantor ou de sua companheira, foi difícil aceitar que uma jovem vida de 19 e outra de 29 anos fossem interrompidas por tamanha fatalidade.
Iniciamos então uma verdadeira introspeção, ou seja, uma reflexão em nosso íntimo, sobre as nossas experiências e sobre aquilo que estamos fazendo com a oportunidade da nossa existência.
Existir é de fato uma oportunidade.
E o que acontece na vida com as oportunidades? Nós podemos perdê-las, certo?! Então questionamos isso. Se estamos ou não perdendo a nossa maior.
Na verdade, esse é um questionamento que devemos levantar constantemente – diariamente, creio – e não somente diante da ocasião de grandes tragédias ou percas.
Com certeza esta não foi a primeira e nem será a última fatalidade. Sem dúvidas não há maior relevância na partida do cantor (além da perca da continuação de sua arte) que em qualquer outra. Contudo, é preciso que respeitemos esse momento e essa dor.
É preciso que nos questionemos sobre como anda a nossa vida, sonhos e objetivos.
Se por acaso nos percebermos no caminho errado, ainda assim perceberemos: todos os dias temos uma nova chance de recomeçar.
O importante é começar, pois, se o que temos pra hoje é saudade, para o amanhã pode ser um adeus.

Última Edição