Éttore Bottura
Escrever sobre Éttore Bottura, este heroi de hoje, é muito gratificante porque além de ter sido o seu fã número um, ele foi o meu amigo do peito. Ele tinha amigos, admiradores e até apaixonados pela sua pessoa ilibada, simples e sobre tudo, dono de uma cultura exponencial. Com sabedoria de dar inveja a quem quer que seja, tinha bom senso supremo, aura de bondade e caráter de ouro.
Mas, um grande amigo de Bottura relata o quanto foi importante este cidadão para a nossa cidade e o legado que deixou. Este seu amigo íntimo foi um funcionário, da primeira gestão do prefeito Jerônimo de Paula, em 1967. Naquela administração, Bottura era chefe de almoxarifado. Com garra e competência ele dirigia a repartição. Na época as estradas, pavimentações e obras foram realizadas a todo vapor e a cidade se desenvolvia a olhos vistos. Por esta simples razão e outros atributos políticos, Bottura foi escolhido para candidato à sucessão de Jeromão e, junto com Armando Rossafa Garcia, de vice, se elegeu prefeito desta terra progressista, em 1971.
O humilde e dedicado trabalhador lotado no departamento de serviços diversos foi promovido pelo novo edil, Éttore Bottura, a operador de máquinas, depois de fazer curso da especialidade na cidade de Piracicaba e Andradina, onde aprendeu montar e desmontar a “engenhoca”. As máquinas importadas da marca Caterpillar, modelo 8T e depois, 12E tinham o “queixo duro”, mas o grande “maquinista”, com orientação do próprio prefeito, adaptou uma direção hidráulica no “gigante”. Assim a maior parte da terraplanagem do município foi realizada graças a Caterpillar comandada pelo seu piloto mor.
O primeiro asfalto da cidade, em torno da Praça da Matriz, foi feito pelo Zé do Asfalto. Depois foi substituído pela empreiteira Cabiúna, do Paraná e mais tarde pela Trasteca, de Rio Preto, que naquele tempo usava pedra 4 e pedra 2 para realizar os serviços gerais e de pavimentação.
A maior parte da canalização de água e esgoto foi realizada na gestão de Bottura. E para saber se havia vazamento, colocava-se o cabo do motor no encanamento e, a fumaça que saia detectava o problema. Os calçamentos da cidade com pedra portuguesa, realizados pelo saudoso Pedrinha, tinham o desenho das calçadas de Copacabana, do Rio de Janeiro e, segundo seu desejo, deveria ser padrão em todos os locais públicos.
Foi uma época em que a Prefeitura tinha a sua fábrica de asfalto e de tubos devido ao espírito empreendedor de Bottura que priorizava adquirir equipamentos modernos para construir a infraestrutura da cidade. Éttore Bottura foi o político que deveria ser modelo para os atuais: competente, trabalhador, responsável e honesto. Com lágrimas nos olhos, Bartolomeu Gama e Antunes, conhecido por Bertão contou esta saga declarando ser muito grato por tudo que recebeu de Bottura, além da sua grande amizade.