Juízes
Vivemos num mundo de “juízes”.
Julgadores contumazes da vida alheia que, de tanto exercerem tal função, acreditam que escaparão também de serem julgados.
E não falo do julgamento humano, pois, este é corriqueiro. Digo do julgamento divino. Aquele do qual, definitivamente, ninguém escapará.
Durante essa semana duas publicações em uma rede social chamaram minha atenção para estes julgamentos do homem.
Em uma delas, assisti a um vídeo de uma campanha da Coca-Cola, na qual 6 homens são colocados todos na mesma mesa para jantar numa sala completamente escura, sem possibilidade alguma de visualizar uns aos outros.
Enquanto comem, falam um pouco sobre si e seus costumes, preferências e habilidades. Os outros tentam de todas as formas descrever como acham que aquela pessoa é fisicamente.
Quando as luzes se acendem, a surpresa é extremamente assustadora. O homem que disse tocar Heavy Metal e foi descrito como um roqueiro tatuado e com piercings, na verdade era alguém bem vestido e com porte formal. O outro que disse ser um leitor assíduo de livros comportamentais e sobre a psicologia humana, descrito pelos demais como alguém com aparência de “nerd”, na realidade era todo tatuado e com piercings. Aquele que se declarou amante e praticamente de atividades e esportes radicais, tendo sido imaginado como alguém de grande aparência e vigor, era um homem paraplégico em uma cadeira de rodas. E assim foi com os demais. Todos imaginados ao inverso do que realmente eram.
Ao abrirem a caixa embaixo de suas cadeiras, encontraram uma lata do refrigerante com as cores tradicionais do fabricante, mas sem escrita ou rótulo algum da Coca-Cola. Na parte detrás da latinha, estava gravada a mensagem: “os rótulos são para as latas, não para pessoas”.
Incrível, não?!
Pois também achei digníssima atitude de uma garota que publicou na rede social uma foto ao lado de seu pai, todo sujo, junto de um carrinho de recolher recicláveis, declarando na legenda todo o seu amor, carinho e principalmente orgulho por ter um pai honesto e trabalhador.
Simplesmente exemplar.
Ao invés de se preocupar com o que os outros pensam ou pensariam do pai, a menina mostrou-se orgulhosa de toda a honradez do trabalho digno e honesto que o mesmo desempenha.
É o amor vencendo o interesse, a ostentação e a gana.
É um tapa na cara de grande parte da sociedade, que ainda insiste em viver de aparências.
Enfim, resta-nos esperar que a consciência de igualdade e respeito se espalhe e aposente todos esses “juízes”.
Enquanto isso, segue assim. São muitos para apontar nossos defeitos e poucos para reconhecer nossas virtudes.
Contudo, o importante é tê-las.
E que Deus nos abençoe.