Para empresário santafessulense, a impossibilidade de comprar o talão da Área Azul é um absurdo
” A Área Azul funciona como estacionamento rotativo, e os motoristas podem ficar apenas por duas horas estacionados em cada local”, diz o presidente da Fundassul, José Emídio Araújo
Por Lucas Machado
Nesta semana, a reportagem de O Jornal foi procurada por Paulo Domingos de Souza, proprietário da empresa Santa Fé Assessoria Imobiliária, com o intuito de buscar esclarecimentos da Fundassul – Fundo de Assistência Social de Santa Fé do Sul – referentes à ‘Área Azul’, cujo presidente é o secretário de Turismo, José Emídio Araújo Calazans.
De acordo com uma solicitação de esclarecimento que foi encaminhada para José Emídio, Paulo relatou que estaciona regularmente em área indicada próximo a seu estabelecimento, situado na rua 12, nº 464.
“Muitas vezes chego ao trabalho, antes das 8:00 horas, e, consequentemente, não há agente fiscalizador. Recentemente, como de costume, o fiz, mas, para a minha surpresa, ao retornar ao veículo, por volta das 10:00 horas, uma agente, de maneira grosseira, questionou-me se eu não sabia que tinha que pagar para estacionar”.
Paulo conta que informou a agente que não havia colocado o cartão de estacionamento porque não havia ninguém no momento de sua chegada. “Propus-me a pagá-la, sendo que a mesma esbravejou palavras incompreensíveis e saiu ameaçando-me de multa. No dia seguinte, em mesma situação, ao sair para buscar meus filhos na escola, tinha uma multa apenas em meu carro, sendo que havia diversos outros na mesma condição, que permaneciam estacionados e sem a presença de tal agente”, disse.
Um dia após ter recebido a multa, ao conversar com uma agente, Paulo destacou que a mesma disse que, como o conhecia e sabia onde ele trabalhava, não via problemas se ele realizasse o pagamento por período, ou seja, pela manhã e pela tarde, com um único cartão em cada um deles.
“Perguntei quem era a responsável pelas agentes, e a mesma informou-me, e, sendo assim, liguei para a responsável e expliquei a situação. Prontamente, a funcionária confirmou o que a agente tinha me dito, e sugeriu que eu adquirisse alguns cartões em branco para evitar novo desencontro, mas em outras ocasiões em que solicitei cartões em branco, as agentes não queriam vender, alegando que as outras (agentes) ficavam bravas e até ocorriam discussões por esta prática”, destacou.
Tendo em vista os problemas acima citados, Paulo questiona se os horários são flexíveis, quais os critérios utilizados para a cobrança e como funciona a fiscalização, e, ainda, se as agentes podem vender talões de cartões em branco. “Tem dias que não há ninguém por aqui. Tem dias que trocam de turno e ninguém vem me cobrar. A funcionária responsável me afirmou que é proibido vender folhas extras ao cidadão; entretanto, o que consta no cartão é que esta prática é permitida”, disse.
O que diz a Fundassul
O presidente da Fundassul, entidade responsável pela ‘Área Azul’, em Santa Fé, José Emídio informando que a Área Azul funciona como estacionamento rotativo, com o objetivo de disciplinar o estacionamento na área central e comercial da cidade.
“O objetivo é evitar que, como ocorre na maioria das vezes, os funcionários e proprietários dos estabelecimentos e até mesmo clientes, fiquem parados o dia todo no mesmo local e não mantenham a rotatividade. Não tem como ficar o dia inteiro ocupando a vaga, e comprar um cartão apenas. Os cartões são de uma ou duas horas, que é o prazo máximo”, disse ele.
Ainda segundo José Emídio, nas placas indicativas à Área Azul, está escrito que o porte do cartão é obrigatório, e que o horário de funcionamento é das 8:00 às 18:00 horas.
“Se alguém estacionar sem cartão, corre, sim, o risco de ser autuado. A multa é aplicada pela Polícia Militar, pois os agentes não têm o direito de multar, mas podem notificar os motoristas para não permanecerem sem o cartão. Em casos extremos, mesmo não sendo obrigados, eles podem, também, acionar a PM, assim como qualquer cidadão pode acionar, caso veja alguém parado em vaga reservada para deficientes ou por mais de duas horas em vagas rotativas”.
José Emídio destacou que a fiscalização da Área Azul é realizada pela Fundassul, administrativamente, no escritório da entidade, situado em uma sala do Ganhe Tempo, na rua 11.
Quanto às questões levantadas por Paulo, o presidente não esclareceu até quantos cartões um motorista por comprar com um agente.
“Os agentes devem, sim, oferecer os cartões e o condutor pode adquiri-los quando achar necessário. O que, em minha opinião, eles não devem vender, é um talão fechado, e, pelo que eu entendi, na questão que o Paulo expos, a agente se recusou de vender um talão fechado; por isso, esclareço que os agentes têm metas para cumprir, e não ficam todos os dias no mesmo lugar, e, se um agente vender um talão inteiro, no outro dia, outro agente poderá ser prejudicado, pois não cumprirá sua meta mensal, ou seja, se um agente vender mais, outro será prejudicado”, disse ele.
Para finalizar, José Emídio também levantou uma questão. “Por que vender um talão fechado se, segundo as regras, um motorista só pode estacionar em um mesmo local por duas horas?”, finalizou José Emídio.