Tópicos da Semana – Edição de 12/09/15.
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Charge: Leandro Gusson (Tatto)
Roupa suja não se lava em casa
No último domingo, 6, durante o Brazilian Day, evento realizado em Nova Iorque há vários anos, e que neste ano contou com mais de 1 milhão de pessoas, com o objetivo de levar grandes nomes da nossa MPB principalmente para os brasileiros que moram nos Estados Unidos, foi palco de ofensas do cantor Fábio Júnior, direcionadas a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Grande Pátria desimportante
Em sua fala, e enrolado em uma bandeira brasileira, o cantor disse “O que está escrito na nossa bandeira? Ordem e progresso. Mas vocês sabem o que é que está acontecendo no Brasil, né? Desordem e roubalheira. É uma quadrilha. Dilma, Lula, Zé Dirceu, PMDB, vocês não tem mais o que fazer, não?, continuou. É uma pena um País como o Brasil, com a extensão territorial que tem, com um povo do bem, e a gente ser tão sacaneado. Dói pra caramba. Mas depende de cada um de nós também. Vamos mudar”. Grande parte do público, inflado, e em coro, gritou ‘Dilma, vai tomar no c…’.
Vergonha
Evidentemente que o fato em si é uma vergonha para nós brasileiros, pois basta sairmos para qualquer parte do mundo que ouvimos a palavra corrupção, como se em nenhuma outra nação houvesse tal falcatrua. Mas parece que lá, diferentemente de cá, a corrupção não acontece de forma tão deslavada e sem a mínima de punição.
Panelaços
De nada adiantaram os panelaços promovidos contra o PT e seus poderosos. No início até chegou-se a pensar na iminência de um impeachment, mas, com o passar dos meses, as mesmas mãos que bateram as panelas foram perdendo força, como quem se cansa de tanto dar murro em ponta de faca.
Não saio!
Tudo indica que o brasileiro não acredita mais que a presidente renuncie por causa do alto índice de rejeição, 93%, identificado nas pesquisas de opinião, e parece que nos acostumamos com a verdade de que para uma pessoa que foi guerrilheira, gostemos ou não dela, pouco importa, de lá não sairá.
Provas?
Em contrapartida, não há provas concretas que possam justificar a sua saída, até porque ela foi eleita democraticamente, o povo quis, e forçar o impeachment seria burrice, pois cairíamos num impasse institucional, até porque ninguém quer ver nosso Brasil afundar ainda mais. E na eventualidade de sua saída? Quem assumiria isso?
E os empresários?
Boa parte dos empresários deste País já afirma que, na verdade, já esperavam uma piora da economia, mas, ao mesmo tempo, estão espantados com a rapidez dos fatos, a velocidade espantosa que a crise se deu para chegar a seus negócios.
Entonces?
Estamos em profundo desalento, sem sombra de dúvidas, e muitos empresários lamentam o desalento dos consumidores, que temem demissões que eles mesmos tiveram ou ainda terão de fazer. E mais, se empatarmos o resultado neste ano estaremos no lucro, já que muitos empresários caminham para o prejuízo, ou até mesmo coisa bem pior.
O que dizem…
Segundo matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, há outra razão para conter os ânimos: a falta de sucessores. “Poder não se entrega, se conquista. O leão está ferido e seria a hora, mas cadê?”, expressou um empresário.
Dónde estás?…
Empresários avaliam que dois fatores são preponderantes no sumiço. O primeiro deles é a Operação Lava Jato. Tem-se a consciência de que a investigação pode comprometer não apenas o PT e a campanha de Dilma, mas qualquer político, partido e até empresário: A Lava Jato não tem fim…e sabe lá quem mais vai cair.
Empecilho
O outro empecilho é a fragmentação interna dos partidos que se oferecem para ocupar a vaga do PT. Para se ter uma ideia da confusão, no PSDB há dois candidatos com pretensões opostas, Aécio Neves, segundo colocado na eleição presidencial, poderia se beneficiar muito agora e até gostaria que ela caísse, mas Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) prefere esperar para poder se candidatar. Enquanto isso, no PMDB há 10 caciques, não dá para embarcar.
Números
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou na última quarta-feira, 9, que o governo está “se autodestruindo” e que anda fazendo “o mal aos poucos” ao sinalizar, sem dar nenhuma indicação concreta, que poderá aumentar impostos para conter a crise financeira. Nas últimas semanas, diferentes setores do governo defenderam propostas diversas, como a volta da CPMF e o aumento do Imposto de Renda ou Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – tributo cobrado sobre a venda de combustíveis, mas nenhuma foi encampada oficialmente pelo Palácio do Planalto.
Gastos
No fim de mês passado, o Executivo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões, e a medida teve repercussão negativa no mercado financeiro, evidentemente. Desde então, o Governo tem buscado soluções, que tem batido de frente com o Congresso, que tende a reprovar propostas que elevem tributos. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Trocando em miúdos
Sábado, dia de churrasco, cerveja, samba, sol, beira do rio, praia, e se não fizer sol, fazemos churrasco, ficamos bêbados e esquecemos até às 10:00 horas de segunda-feira os bancos, as dívidas, afinal somos brasileiros, nos contentamos com pouco, não somos de brigas, de violência, e como dizem por aqui, deixe o pau torar.