A arte da guerra: preciosos ensinamentos

Publicado em 3/10/2015 00:10

“Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, ainda que enfrente cem batalhas, jamais correrá perigo. Aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, às vezes ganha, às vezes perde. Aquele que não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, está fadado ao fracasso e correrá perigo em todas as batalhas”.
A frase acima foi escrita pelo general chinês Sun Tzu no ano de 500 a.C., e faz parte do mais antigo tratado militar da história da humanidade.
Composto por 13 capítulos, o tratado é um dos livros mais vendidos do mundo, e no Brasil foi intitulado como “A arte da guerra”.
No entanto, ao iniciar a leitura de seu conteúdo, percebe-se que todas as táticas de guerra do grande mestre chinês possuem uma prática aplicação em nosso cotidiano, principalmente no âmbito profissional.
Dentre as várias excelentes lições, existem duas que achei de grande relevância em serem destacadas.
A primeira delas é a da frase que iniciou este texto: precisamos conhecer a nós mesmos e aos outros para termos uma maior chance de sucesso.
Se fosse exemplificar isso em minha área profissional, diria que para um bom advogado é essencial conhecer aquilo que se pensa, de fato, a respeito de uma determinada demanda sob sua guarda, mas também como aquele caso existe sob o ponto de vista do cliente e, em especial, de seu adversário.
É preciso entender não apenas o ponto de vista daquele que pleiteia, mas também daquele que é pleiteado, e vice-versa.
Isso, aliado ao conhecimento próprio sobre aquela determinada situação, lhe garante ter uma visão deveras mais ampla sobre os pontos fortes e fracos da demanda, garantindo com isso que a maior percepção fatalmente leve a um melhor resultado.
Esse exemplo se encaixa para todas as áreas profissionais.
Sou um professor e quero fazer com que uma sala rebelde se atente a minha matéria. Não basta eu tentar impor isso a eles. É preciso fazer uma análise do meu objetivo, e da perspectiva que recai sobre aqueles alunos que quero atingir. Após fazer isso, preciso ir ampliando minha visão e adequando minhas atitudes até conseguir entender os alunos, para que assim possamos falar a mesma língua e eu consiga alcançar o meu objetivo inicial.
Parece complicado, certo?! Mas, não é.
Existe ainda uma técnica de comunicação que auxilia a aplicação dessa estratégia, sendo conhecida como “KFC”, que basicamente significa Know what you want (saiba o que você quer), Find out what you’re getting (observe o resultado obtido), Change what you do until you get what you want (mude até que obtenha o resultado desejado).
Outro ponto de grande relevância dentro da obra de Sun Tzu, é o momento em que ele cita a importância do planejamento prévio, através de simulações e “cálculos” da batalha, para que se possa alcançar a vitória.
Diz assim em determinado ponto:
“O bom estrategista, para vencer uma batalha, faz antes muitos cálculos no seu templo, pois sabe que eles são a chave que o conduzirá a vitória. É calculando e analisando que o estrategista vence previamente a guerra na simulação feita no templo. Portanto, fazer muitos cálculos conduz a vitória, e poucos, à derrota. Quando examino a questão dessa forma, o resultado da guerra torna-se evidente”.
Este ensinamento, apesar de simples, creio ser ainda mais relevante.
Planejamento é essencial.
Caminhar é importante, mas, primeiro, é preciso escolher o caminho que mais se adequa a sua realidade e aos seus objetivos.
Quem divaga por aí sem ater-se às metas, dificilmente alcançará o sucesso.
Resumo assim: se me forem dados seis meses para executar uma complexa tarefa, em qualquer área que seja, passarei no mínimo de um a dois deles planejando qual a melhor forma de fazê-la.
Ações planejadas sempre serão mais eficazes que atitudes apressadas, até porque pressa creio que pressa é antônimo de eficiência.
No mais, recomendo a leitura do livro mencionado, que com certeza será de grande valia.

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