TÓPICOS DA SEMANA – EDIÇÃO DE 24/10/15

Publicado em 24/10/2015 00:10

Por Mário Aurélio Sampaio e Silva

Charge: Leandro Gusson (Tatto)

Charge 24-10Merda!!!
Merdas para todos nós, santafessulenses e brasileiros desse Brasil varonil.
Merdas, precisamos de muitas merdas para que consigamos engolir os sapos da vida e sobreviver às inúmeras corrupções do dia-a-dia.
Merdas para que possamos vencer a imensa crise que nos afeta, em todos os setores, e para que consigamos honrar com nossos compromissos.
Merdas para um final de ano que promete ser, economicamente falando, um dos piores da história.

Precisamos de merdas
Evidentemente que todos conhecem o significado desse substantivo nada cheiroso e que ninguém quer ter por perto, principalmente as merdas dos políticos que somos obrigados a ver todos os dias. É pouca competência para muito poder. Não aguentamos mais os murmúrios, as lamentações, os calotes, as pedaladas e a tamanha impunidade, e é por isso que precisamos de Merdas.

No teatro
No teatro, a expressão Merda vem do Mambembe, ou seja, o Teatro de Rua, onde os atores montavam seus palcos ao ar livre, normalmente em praças, e o meio de transporte para o público era os cavalos. Quanto mais cavalos, mais público, e, consecutivamente, mais merda ou estrume. Assim surgiu a expressão Merda, ou seja, sucesso de público, sorte. E depois de tantas merdas, depois do Teatro, o Brasil agora virou um verdadeiro circo.

E pegou…
Há tempos que os atores, sejam eles de teatro, TV ou cinema, adotaram essa expressão para desejar sucesso, bastante público e prosperidade profissional a seus colegas de trabalho. Dessa forma, quando um artista diz Merda ao outro, a resposta não é Obrigado, mas, sim, Merda.

Amargo Natal
A sexta-feira da semana passada amanheceu nada boa para os mais de 550 funcionários do Frigorífico JBS, pois muitos deles que chegaram ao trabalho receberam a notícia de que seriam demitidos em breve. Outros, em torno de 120, mais especificamente da área do abate, foram dispensados naquele mesmo dia, confirmando os rumores de que os empregados da unidade de Santa Fé possivelmente teriam, então, um Natal nada agradável.

Tentativa
Na terça-feira, 20, os vereadores Alcir Zaina, Sabão, Ortêncio Sobrinho, juntamente com o prefeito Armando Rossafa, estiveram na empresa JBS, ocasião em se reuniram com alguns diretores para saber da veracidade dos fatos e, de lá, saíram sem informações precisas. Assim, na quarta-feira, 21, a Câmara Municipal e a ACE/Sincomercio se reuniram na sede da Associação Comercial com a diretoria do frigorífico. Estiveram também na reunião os representantes dos deputados Itamar Borges, Carlão Pignatari, Rodrigo Garcia, Edinho Araújo e Fausto Pinato, dentre outras autoridades, com o objetivo de buscar alternativas para o não fechamento da empresa.

Ufa!!!
Na quinta-feira, a diretoria da empresa JBS informou que já reconsiderou as medidas e, enfim, a unidade de Santa Fé não será fechada, assim como os 120 funcionários seriam chamados novamente para os seus trabalhos.

Desfalque
Evidentemente que essas demissões afetariam, e muito, a economia do município, mesmo que não fosse agora, mas, com certeza, daqui a aproximadamente dois anos, pois a cidade iria sentir na pele um déficit de 10 a 20% de arrecadação de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

Pra já
Se formos considerar que cada assalariado tenha uma média de pelo menos três dependentes, teríamos aí pelo menos 1.500 pessoas a beira do abismo. A empresa, ao invés de abater os bois, preferiu, ou se viu obrigada, na ocasião, a “abater” seus funcionários, que, visivelmente decepcionados, viveram uma verdadeira diarreia mental, pois muito se comentou e pouco se soube sobre seus destinos dentro ou fora da empresa.

Bom exemplo
Na semana passada, a prefeita de Fernandópolis, Ana Bim, resolveu, em comum acordo com seus secretários, suspender o próprio salário, de R$ 11 mil; o do vice-prefeito e dos secretários, de R$ 6 mil, por tempo indeterminado. A medida, segundo a Prefeitura, foi tomada como uma tentativa de equilibrar as contas do município, que sofre com a diminuição no repasse do Fundo de Participação do Município – FPM –.

Corte drástico
Outras medidas estão sendo tomadas na cidade para conter gastos. O município está evitando o uso desnecessário dos veículos oficiais, que agora passam mais tempo no estacionamento, ao invés de “rodarem” desenfreadamente, como, ao que parece, vinha acontecendo. O uso de equipamentos eletrônicos e de telefone está também sendo racionado. O café do gabinete foi cortado e o consumo de energia elétrica está sendo controlado.

E mais
E para diminuir ainda mais os gastos, algumas das dezoito Secretarias do município foram agrupadas, como a do Meio Ambiente com a da Agricultura; a de Obras com a de Infraestrutura; e a de Gestão com a de Planejamento. A estimativa é de que, com todas as medidas, a economia até o final do ano seja de R$ 2,5 milhões.

Sem data
A prefeita afirmou recentemente que os pagamentos dos valores acumulados serão feitos assim que o município conseguir os níveis normais de repasses dos governos federal e estadual. Para ela, entretanto, não há um prazo para que isso ocorra.

Calabresa ou quatro queijos?
O relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, apresentou na noite da última segunda-feira, 19, o relatório final da comissão, em que isentou de envolvimento no esquema de corrupção da estatal a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster. O relatório inclui a sugestão de indiciamento de ao menos 70 pessoas, sem incluir os políticos.

Enquanto isso…
Na terça-feira, 20, os bancários rejeitaram uma proposta da Fenaban – Federação Nacional dos Bancos – de reajuste salarial de 7,5% e decidiram manter a greve. A greve já está em seu 19º dia e, segundo o Banco Central, das 22.975 agências instaladas no país, quase a metade está paralisada.

Quem paga o pato?
É desnecessário dizer quem paga o pato por tudo isso. Saques estão sendo restritos, muitas vezes os caixas nem possuem a nota; muitas vezes nem tudo é possível resolver nesses equipamentos, como contratos, quitar salários, dentre outras operações, na maioria das vezes, de extrema importância, afinal, quem está nadando em dinheiro? Estamos todos muito bem, obrigado!

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