SUSPEITOS DE MATAR CASAL COM MAIS DE 100 FACADAS EM MG SÃO DETIDOS
Dois jovens de 18 e 20 anos e dois adolescentes de 17 anos suspeitos de roubar e matar um casal em Araxá com mais de 100 facadas foram detidos nesta quinta-feira (27). A informação foi divulgada nesta tarde pela assessoria da Polícia Civil de Belo Horizonte. Uma faca também foi apreendida e será encaminhada para análise da perícia.
O empresário Higor Humberto Fonseca de Sousa, de 26 anos, e a esposa Rafaela D’Eluz Giordani, de 21, foram encontrados mortos no fim de semana com sinais de tortura. Eles estavam com os pés e as mãos amarrados e com mordaças na boca.
Além dos detidos, o juiz da Vara Criminal, Renato Zupo, expediu um mandado de prisão temporária para Yuri Santiago Borges, de 22 anos, que também é suspeito de participar do crime e está foragido.
Uma coletiva para a imprensa estava prevista para esta tarde em Araxá, mas foi cancelada. Ainda de acordo com a Polícia Civil da capital, assim que todos os suspeitos do crime forem identificados serão divulgadas mais informações.
Suspeita de motivação pessoal
O delegado regional de Polícia Civil em Araxá, Cezar Felipe Colombari, concedeu entrevista coletiva na tarde da última segunda-feira (25) e falou sobre a investigação, que inicialmente apontou para latrocínio (roubo seguido de morte).
De acordo com Colombari, a polícia estava se valendo de informações repassadas pela comunidade. No dia da coletiva, o delegado comentou que a dúvida principal era saber se o ocorrido foi um crime contra o patrimônio ou contra a vida.
“O crime foi definido como latrocínio porque houve a subtração de bens e morte das pessoas. Mas há uma linha de investigação de que os suspeitos entraram na casa para matar os dois e estando lá dentro após efetuar o homicídio, eles resolveram roubar os bens. Isso seria uma motivação pessoal inicialmente, e não puramente patrimonial”, argumentou.
Colombari afirmou não ser normal essa crueldade em crimes de latrocínio. “A característica das facadas em série indica motivação pessoal. É claro que essa linha é a principal, mas a gente não descarta de ter ocorrido pelo crime de latrocínio”, explicou.
Investigação
A Policia Civil afirmou já ter muitas informações a respeito da vida das vítimas, incluindo questões financeiras e relacionamento, mas os dados são sigilosos. Sobre os corpos estarem cobertos por açúcar e fubá, o delegado apresentou uma versão inicial.
“A gente acredita que houve um embate entre as vítimas e os autores. E que os autores podem ter vindo a sangrar no local do crime. Então eles tentaram encobertar o sangue deles nessa situação. Ou então acobertar a questão do cheiro para que o crime fosse descoberto dias depois”, disse Colombari, que acredita que o crime foi executado por mais de uma pessoa.
A gente acredita de mais de uma pessoa na cena do crime. Para o delegado, a crueldade ficou caracterizada pelos golpes de faca no pescoço e o grande número deles. A polícia trabalha o fato com crime verdadeiramente hediondo.
Crime
Conforme o registro da Polícia Militar, um amigo acionou a guarnição após estranhar a falta de notícias do casal. Os militares identificaram que a casa estava toda revirada e as vítimas sem vida. A perícia técnica compareceu ao local.
De acordo com o coordenador do Instituto Médico Legal (IML) de Araxá, Hudson Fiuza, o casal foi morto a golpes de faca, seguidos de tortura. A jovem apresentava 12 perfurações e os cortes estavam cobertos com açúcar. Já o rapaz, teve cerca de 100 perfurações e estava coberto com fubá de milho. As facadas atingiram o peito e tórax das vítimas.
Ainda segundo os militares, foram levados um dois aparelhos de TV, uma caminhonete e quantidade não informada de dinheiro e joias. As vítimas foram sepultadas neste domingo (24), sendo o jovem em Patos de Minas, onde mora a família.
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