Thomaz Monte Vicente
Este espaço da crônica de hoje não poderia ficar sem o registro do nosso eterno herói, o inesquecível Thomaz Monte Vicente, que fazia um par perfeito com a nossa gloriosa Alexandrina de Almeida.
Mas a saga do seu legado é contada por Marinho da Silva, que se considera seu filho e amigo, por tudo que recebeu na sua vida social e profissional.
A cara metade de seo Thomaz, a professora Alexandrina, lecionava no Grupo Escolar de Rubinéia e, morava na casa da D. Olívia e do seo Juraci, oleiro de profissão, da Vila União, pais de Marinho.
Nos anos 60, aos 17 anos, o jovem Marinho foi convidado para trabalhar no Escritório Ética como “gancho”, a denominação dada naquele tempo ao office boy de hoje. O contador responsável era seo Thomaz, formado, em 1948, no Colégio Técnico D. Pedro II, de São José do Rio Preto. Ele veio para Santa Fé do Sul, em 1951, para montar o escritório de contabilidade, o primeiro do povoado.
Depois de passar pelo tradicional trote de lavar carbono, fita de máquina de escrever e levar tijolo embrulhado como encomenda, aplicado pelos veteranos, Jair Antonio Rosa, Pedro Angelucci e Helena Spadaccin, irmã de Alexandrina, Marinho cresceu na empresa e se formou contabilista pelo Colégio Oeste Paulista, dos professores Zé Clemente e Mário Gobbi. Algum tempo depois ele foi morar nos fundos da casa do patrão e, mais tarde se casou com Natália e constituiu família. Depois de substituir José Gomes de Almeida Zuza, contador chefe do escritório do Thomaz, Marinho Silva progride e até hoje, há 51 anos, continua no trabalho.
E o nosso herói, Thomaz, tornou-se o primeiro vereador e presidente da Câmara, Distrito de Jales e mais tarde prefeito da cidade, cujo vice foi o brilhante médico, Celso Xavier, em 1963. Em 1973 fez o curso de Administração de Empresas, no Colégio D. Pedro II, em Rio Preto. Foi professor de contabilidade no Itael de Mattos e no Colégio Oeste Paulista de Santa Fé do Sul. Também foi Delegado do Conselho Regional de Contabilidade por vários anos. Pertenceu ao Lions Club no tempo do médico Nilson Coutinho Souto e do agricultor João de Simone. Foi conselheiro do Tênis Club, na gestão do médico Rodolfo Abdo, na época dos memoráveis bailes e dos grandes carnavais de salão.
O nosso herói de hoje foi uma pessoa intelectual, estudiosa e culta. Lia todos os jornais e revistas do dia. Possuía um humor ácido com uma presença de espírito fantástica. Era muito brincalhão, gozador, satírico e tinha uma perspicácia incrível. Como consultor de oratória, já que era um exímio orador, atendia os políticos em geral, principalmente os candidatos a vereador. Estava sempre antenado nos problemas sociais e econômicos da cidade. Pescava as notícias nas suas andanças pelos bares da vida, como no Bar do Antônio Carlos de Almeida, na famosa esquina do fuxico, na quatorze com a sete, onde comprava o seu fumo de corda, do Euclides Marton. Outros pontos de pesquisa de opinião ficavam nas famosas barbearias. Uma delas, a Barbearia Central, do cirurgião capilar, Toninho Fracarolli, em frente da Praça da Matriz. Também no Salão Azul do Amauri, o Coroné e o barbeiro Ângelo, apelidado de Angelô, nomes que Thomaz gostava dar as pessoas queridas. No Posto Ipiranga, já naquele tempo não faltava nada – os assuntos políticos da mais alta relevância eram debatidos sempre com Dr. Hélio de Oliveira, ilustre fundador da cidade. O seu jeito simpático e carinhoso de tratar as pessoas está fazendo muita falta na Estância Turística. Estamos menos alegres, mas felizes por ter convivido com uma pessoa tão ilustre.
Alexandrina, Carmen Carolina, Cenise e as seis netas queridas, como vocês, somos privilegiados de ter no coração, Thomaz Monte Vicente!