Pedro Castro
O nosso herói de hoje nasceu Pedro de Castro, no dia 25 de agosto de 1945, em Baguaçu, distrito de Birigui. Seu pai, Manoel de Castro, seleiro por ofício e, sua mãe, Floripedes Teodoro, do lar, tiveram uma prole de nove filhos. Por ironia do destino, neste verdadeiro time de futebol, ele era o número quatro.
Em 1951, Pedro, aos cinco anos, se mudou com a família para Santa Fé do Sul e o seu pai foi trabalhar por conta própria, como trançador de couro.
Assim, ele cursou o primário no 1º Grupo Escolar da cidade e lembra com carinho de D. Marci, sua primeira professora que o incentivou a fazer o ginásio. Pedro chegou a fazer inscrição no admissão e se arrepende até hoje por não ter continuado os estudos.
Até completar 15 anos, o menino Pedro trabalhou na roça, com a família, no sítio de Kazuo Mitsueda. Era o início dos anos 60 e foi neste período que o espírito jovem do nosso herói o levou para trabalhar na cidade. Foi acolhido como filho no seu primeiro emprego, na Vidraçaria do José Fuzzi, que ficava ali na quatorze, vizinho de Luiz Gonzaga, do Foto Marabá. Como vidraceiro de primeira linha, em segundos, arrumou uma namorada, uma linda pernambucana, de Araripina, que era funcionária da Casa Jaraguá, instalada na Av. Conselheiro Antonio Prado. Após um noivado relâmpago, em 26 de julho de 1969, tomou coragem e se casou com ela, a princesa do agreste, Maria de Lourdes Andrade. Naquele dia havia na Igreja Matriz nove casamentos, inclusive o de Lourival Perencini e Armando Rossafa Garcia. Depois de 22 anos com José Fuzzi, Pedro foi trabalhar com Valdemar Buzzon, na Vidraçaria São José e ficou por mais 19 anos. Os dois bons patrões lhe proporcionaram exatamente 41 anos de experiência no ramo. Com este know-how, Pedro abre a Vidraçaria Castro, seu próprio negócio, na Rua 23, 1839 e trabalha até hoje com seu filho Pedro Leandro. Afinal, são incríveis 55 anos dedicados à profissão!
A outra faceta do nosso herói é o futebol. Tal como seus filhos Pedro Leandro e Paulo Edson, Pedro Castro é corintiano roxo desde a conquista do timão no Campeonato Paulista do IVº Centenário, em 1954. Como jogador de futebol, Pedro Castro foi o goleiro titular em todos os times em que atuou. Pompéia, Osvaldo Laranjo, Capivara, Calegaris e até o arqueiro Elizaldo, de Ribeirão Preto ficaram esquentando o banco durante a sua trajetória. Ele começou aos 15 anos na equipe da Associação Atlética Bela Vista, cujo técnico era Antenor Siqueira, servente do Grupo Escolar. Jogou com Luizinho Pintor, Alcides Padeiro, Longão da Farmácia, Tonhão, Dorival Antunes, José Carlos, Índio Viola, Marcelino Nogueira, Valtão, Augusto Maria, Vasilhame, Dorinho, Pedro Crispim, Jorge Salim, Abdala e Jorge Ale. Em 1967, depois de ser campeão do Torneio Arlindo Sutto o time se transformou no Santa Fé F.C. Em 1968 os diretores Armandinho e Felipão queriam que a equipe disputasse a segundona. O técnico Alaor Soldado era responsável pela preparação dos craques Pedro Castro, Luizinho Pintor, Braz, Gildo, Itamar, Chicão Florido, Lula, Mauro Dota, Niquinho, Valter, Wanderlei, Moacir Carlos, Cizenando Calazans, Osiel e Techite.
Pedro Castro treinava as performances de malabarismo na palha de arroz da Máquina do Manoel Tobal. Ele era um verdadeiro acrobata da bola, fazia defesas espetaculares lembrando o folclórico goleiro colombiano Higuita.
O eterno titular do Santa Fé foi bicampeão amador da região jogando contra equipes das cidades de Andradina, Auriflama, Pereira Barreto, Taquaritinga, Paranaíba e Aparecida do Tabuado.
Os seus fiéis torcedores são: Paulo Edson, Lisliane, Letícia, Pedro Leandro, Dulcelina e João Pedro.