Santa Fé já conta com 91 casos de dengue contabilizados somente neste ano
Há, ainda, em Santa Fé, 442 casos suspeitos, aguardando laudo
Por Lucas Machado
A preocupação com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti continua, visto que o mesmo não é mais apenas transmissor da dengue, como também do zica vírus e da febre chykungunya. O mosquito se reproduz em água parada, limpa ou suja.
Sabemos que na região os casos de dengue são predominantes, e, só em 2014, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no Brasil foram 589.107 casos, sendo que, destes, 226.866 foram no Estado de São Paulo. Em Santa Fé, o número de casos positivos foi de 459.
Em todo o Brasil, o número de casos da dengue disparou e atingiu a marca de 170 mil casos até 6 de fevereiro. Os dados são do último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Comparado ao mesmo período do ano passado, o número representa um aumento de 46%.
Devido ao grande número de incidência na região de Santa Fé, o Ministério Público Federal de Jales quer saber quais são os procedimentos eficazes que as cidades do Noroeste Paulista estão fazendo para combater os focos do mosquito Aedes aegypti.
Representantes de 12 municípios que tiveram os índices de larvas acima do aceitável pelo Ministério da Saúde estão sendo convocados para uma reunião com o procurador da república para prestar esclarecimentos.
As cidades de Aspásia, Fernandópolis, Jales, Ouroeste, Palmeira D’Oeste, Populina, Rubineia, Santa Fé, São Francisco, Três Fronteiras e Urânia apresentaram Índice de Infestação Predial e Análise de Densidade Larvária igual ou superior a 0,6, próximos às taxas limites aceitas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o secretário de Saúde de Santa Fé, Carlos Rogério Garcia, em Santa Fé já foram confirmados 91 casos, sendo que há, ainda, 442 notificações, ou seja, casos suspeitos.
“Neste momento, ainda, o município não atingiu índices para considerarmos como epidemia; porém, esta condição pode mudar a qualquer momento, pois estamos no aguardo de novos resultados laboratoriais. Para que o município seja considerado epidêmico, são necessários 99 casos de pacientes autóctones com sorologia confirmada de resultado positivo para dengue”, explicou o secretário.
Ele relatou ainda que as ações de combate ao Aedes Aegypti são constantes e diárias, e são realizadas pelas equipes das Estratégias de Saúde da Família, pelos Agentes Comunitários de Saúde e pela Equipe de Controle de Vetores.
A Secretaria Municipal de Saúde está realizando desde o dia 13 de fevereiro, juntamente com o apoio de instituições públicas, religiosas e outras, um arrastão em todos os setores do município. Essa ação conjunta acontece aos sábados e domingos e vai até o dia 30 de abril.
“A quantidade de casos notificados representa que as unidades de saúde do município estão em alerta para os possíveis suspeitos, notificando precocemente os casos para que as medidas sejam tomadas, evitando-se, assim, óbitos pela doença. A Secretaria tem orientado a população quanto as melhores formas de se proteger do mosquito, e uma delas é evitar que ele se desenvolva, ou seja, eliminar os focos de larvas. O uso de inseticidas, por exemplo, não é uma boa forma de eliminar o mosquito adulto, já que estas substâncias estão gerando mosquitos resistentes. Sendo assim, a melhor maneira de combater o mosquito adulto é eliminar as águas paradas, ou seja, os criadouros do mosquito. Não havendo água parada, as fêmeas não têm um lugar adequado para que seus ovos se desenvolvam e, assim, a população de mosquitos adultos vai sendo reduzida até não representar mais perigo”, disse Carlos.
O secretário Carlos explicou que existe uma série de medidas que dificultam a transmissão da dengue, chikungunya e zika, sendo elas o uso de mosquiteiros, que devem ser usados principalmente nas casas com crianças, cobrindo as camas e outras áreas de repouso, tanto durante o dia quanto à noite; repelentes, que podem ser aplicados no corpo, mas devem ser adotadas precauções quando utilizados em crianças pequenas e idosos, em virtude da maior sensibilidade da pele; telas, que podem ser usadas em portas e janelas, e que são eficazes contra a entrada de mosquitos nas casas, e o uso de roupas compridas, principalmente para mulheres grávidas, deixando poucas partes do corpo expostas ao mosquito.
“É importante usar calças, blusas de manga comprida e roupas grossas, o que pode ser um desafio em meio ao verão de altas temperaturas no Brasil”, finalizou o secretário Carlos Rogério Garcia.