Raymundo Silva receberá o título de “Cidadão Santafessulense”

Publicado em 2/04/2016 00:04

Raymundo Silva teve grande participação em diversos momentos importantes para Santa Fé

Vim para São Paulo, passei por Jales e posteriormente vim para Santa Fé, de onde não pretendo sair

Por Lucas Machado

DSC_3677Através do Projeto de Decreto Legislativo nº002/2016, de autoria do vereador Ronaldo Lima, a Câmara outorgará ao radialista Raymundo José da Silva, o título de “Cidadão Santafessulense”. Conforme consta no decreto, a entrega do título ocorrerá em sessão solene na Câmara Municipal, em data a ser marcada.
Em sua justificativa, Ronaldo Lima descreve que, “Raymundo Silva, além de radialista, foi comentarista esportivo, músico escritor, compositor, ator de teatro, cinema e vendedor de publicidade, sempre proporcionando entretenimento ao povo de Santa Fé, fazendo-se merecedor do título, como sinal de reconhecimento e gratidão dessa edilidade pelos relevantes serviços prestados a esta comunidade”.
Nascido aos 31 de agosto de 1937, Raymundo é natural de Juazeiro, na Bahia, e filho de Dulce Figueiredo e de Guilherme Bispo da Silva.
Em entrevista à O Jornal, Raymundo contou que chegou à Santa Fé do Sul em 1964, ano considerado por ele como o ano da revolução. “Vim para São Paulo, passei por Jales e posteriormente vim para Santa Fé, de onde não pretendo sair”, ressaltou ele.
Trabalhou na Rádio Juazeiro, na Bahia, na Rádio Excelsior, em Salvador, e em Santa Fé trabalhou de 1965 a 2002 na Rádio Santa Fé, e atualmente, desde que se aposentou, é colaborador na Rádio Dinâmica.
“Fui trabalhar na rádio a convite de Mauro André, que era o gerente, e posteriormente Arlindo Sutto, quando se associaram no arrendamento e mais adiante na aquisição da rádio. Na época, locutor fazia de tudo”, disse Raymundo.
O radialista comentou que a evolução a qual assistimos não é estática, não para. “Temos percebido que é uma evolução constante, e há desenvolvimento em vários setores, como na informática, no modo de viver, etc. Hoje é mais fácil de trabalhar em rádio. O rádio acompanha o caminhoneiro, o motorista, a dona de casa, o operário, onde quer que estejam. Fizemos um rádio diferente na época. Apresentávamos rádio teatro, programas de auditório. O rádio era um telégrafo, um correio para a região inteira”.
Raymundo relatou ainda que a o rádio foi o que provocou o movimento da cidade. “O rádio continua sendo o elo do povo com as leis, com o progresso, e o desenvolvimento”, disse.
Ele contou à reportagem que participou de muitas festas e bailes em Santa Fé, e, organizou, juntamente com uma equipe, 34 carnavais, e participou dos mesmos, como ritmista e cantor.
“Há uma passagem interessante que vivi. No final de 1964 eu cheguei em Santa Fé, e, na época, apenas o Tênis Clube realizaria o Carnaval, que seria em fevereiro de 1965. O Clube Nipobrasileiro não ia realizar, e, então, acabei montando uma escola de samba, nomeada de ‘Cacumbú’. Na época, convidei para serem padrinhos o advogado e jornalista Alcides Silva e Eliza Sampaio e Silva (ambos in memoriam), e eles aceitaram o convite. Mesmo em meio a situações precárias, realizamos o carnaval no Nipo com a escola de samba”.
Raymundo integrou, ainda, a delegação do Itael de Matos, que participou dos Jogos Abertos do Interior, em Santos.
Viúvo e casado pela segunda vez, Raymundo agradece por estar em Santa Fé do Sul, e disse que é grato ao rádio e às boas amizades que fez. “Sinto-me honrado em receber o título, afinal, são 52 anos que convivo com a população santafessulense e só fiz amizades. Não tenho um só inimigo e considero Santa Fé como minha segunda cidade. Aprendi a gostar e não sairei daqui. Se Deus permitir termino os meus dias em Santa Fé, com a minha família”.
Estrada da Vida
Quando ainda estava em Juazeiro, em 1960, conheceu o diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos. Anos depois, quando residia em Santa Fé, este diretor aqui chegou para conhecer as locações do filme Estrada da Vida, que narra a história da dupla Milionário & José Rico, com várias cenas feitas na cidade, mais precisamente no recinto da Ficcap. “Eu recebi o convite, que na época seria para o ator Milton Gonçalves, para participar do filme. Fiz o papel do Malaquias, que era o vilão da história. Foi muito honroso participar deste filme. Me vi ao lado de figuras de destaque do cinema e do teatro nacional, e sob a direção de um dos maiores diretores que o País ainda possui”, completou Raymundo.

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