O LADO BOM DA CRISE
Já se passaram meses desde que o povo brasileiro começou a lutar contra a crise político-financeira que assola o País. É claro que o resto do mundo já passou e passa por algo semelhante e cada um tem o seu jeito cultural de lidar com as dificuldades. As coisas notórias de crises e guerras é o crescimento da Nação e o desenvolvimento dos indivíduos que compõem a sociedade em questão na maioria dos casos.
Nada acontece por acaso e a fruta só cai do pé quando está madura!
Conhecemos estes clichês desde sempre, mas nem por isso deixam de carregar sua verdade. Não sendo uma pessoa politizada, vivo que nem bobinha de boca aberta diante de tanta sacanagem. E é assim que percebo o povo nas ruas, no comércio, nas festas.
Quem viveu mergulhado na política não se espanta com tanta falcatrua, mas aqueles que, como eu, acreditavam no político que elegeu, estão sentindo-se traídos e prometendo a si mesmos serem mais cuidadosos ao votar nas próximas eleições.
Este seria o lado bom da crise, olhando pelo lado político. É a esperança de que pior do que está não pode ficar em relação à ignorância e analfabetismo funcional de grande parte da população.
Que a corrupção não será banida em função das descobertas de roubalheiras e a prisão frouxa de alguns peixes-grandes é fato. Seria preciso no mínimo mais umas cem operações lava-jatos e mais uns dois séculos para que o povo brasileiro saísse da ignorância e perdesse seus hábitos destrutivos que ferem a moral e a ética. E não pensem que estou sendo pessimista. É assim que funciona a evolução.
Por outro lado, a necessidade de sobrevivência faz com que os brasileiros dêem seu jeitinho para pular por cima das dificuldades. Vemos pessoas largando a profissão anterior e voltando-se para o que o País precisa no mercado de trabalho. O mesmo estão fazendo as empresas ao preparar sua própria mão de obra de acordo com suas necessidades. Sem contar que voltou o escambo onde no século XVI trocava-se mercadoria por trabalho ou outras mercadorias de acordo com a necessidade das partes.
Tenho observado que algumas empresas, desde os que vendem carro aos que vendem calçados, estão dando ênfase ao aproveitamento das coisas usadas.
No setor automobilístico sempre se fez isso: Troque seu carro usado por um novo! Normal! Agora dá pra trocar quase tudo que está velho em casa por outro novo.
Até botas e sapatos! Traga seu chinelo velho e troque por um chinelo novo pro meu pé doente! Fiquei me perguntando quando ouvi o anúncio no rádio: “Será que isso vale pra marido também?”