Millôr Fernandes

Publicado em 7/05/2016 00:05

O nosso herói de hoje, Millôr Viola Fernandes, nasceu no Rio de Janeiro em 16 de agosto de 1923 e faleceu há quatro anos, no dia 27 de março de 2012. É considerado um dos maiores frasistas brasileiros, além de desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista.
Millôr foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim” do qual fui leitor assíduo na década de 70 durante a minha vida universitária. Como colaborador de grandes publicações, sempre tive o privilégio de ler suas crônicas e deliciar das charges nas revistas “O Cruzeiro” e “Veja”.
Millôr escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia. Ele também foi um dos principais tradutores brasileiros, trazendo do inglês e do francês, obras de Sófocles, Shakespeare, Molière e Brecht.
A exemplo de Chico Caruso, que recentemente foi processado por uma junta de advogados por causa de uma charge humorada denominada “Entreouvido do saloon” publicada na primeira página do “O Globo”, o nosso herói de hoje passou por muitas representações, principalmente dos militares da época, mas se saiu muito bem.
Outra faceta que marcou sua personalidade e carreira foi o talento para fazer frases. Pensamentos sobre a vida, relacionamentos, sociedade, política e outros assuntos do cotidiano ficaram registrados ao longo do tempo. São provérbios tão atuais que parecem ter sido feitos para os dias de hoje.
Em relação ao político ele dizia: “Se durar muito tempo, a popularidade acaba tornando a pessoa impopular”.
Para os empreiteiros da corte passava o seguinte recado: “Fiquem tranquilos os poderosos que têm medo de nós: nenhum humorista atira pra matar”.
Para os nossos nobres administradores públicos: “O aumento da canalhice é o resultado da má distribuição de renda”.
No relacionamento social: “A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades” / “Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem” / “Chato… indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele” / “Os nossos amigos poderão não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar”.
Quanto à política mundial: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”.
Até em relação a vida: “O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima”.
Uma verdade em relação ao concorrente: “Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos”.
Para a nossa reflexão: “O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é”.

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