Abraçando a felicidade
Na coluna da última semana, “Caminhando rumo ao seu sonho”, que teve um claro tom motivacional – o quê, inclusive, garantiu que o texto recebesse milhares de visualizações nas redes sociais, em especial na Página do Facebook “Kayki Martins – Escritor” –, buscando demonstrar alguns pontos importantes a serem adotados por aqueles que acreditam – ou querem acreditar – que vão fazer a diferença (ou que já estão fazendo, mas pretendem se aperfeiçoar), através do panorama dos sonhos tratamos acerca dos objetivos de vida que temos e que estamos, constantemente, idealizando em nossa mente.
No entanto, é muito importante destacar que, apesar de termos sempre estes sonhos e objetivos como guias do nosso futuro, devemos conciliar os mesmos de modo saudável com o nosso momento presente, bem como com a felicidade que podemos experimentar pela vida.
Partindo dessa noção, alguns acreditam que a felicidade é uma meta ou um destino para o qual caminhamos, enquanto que outros creem que ela é o caminho. Todo ele.
Contudo, refletindo, vemos que a felicidade é simplesmente o agora, um instante. Aquele instante que você gostaria que não terminasse nunca, e que se lamenta quando, inevitavelmente, termina.
Fato é que na vida nós estamos constantemente torcendo pelos finais. Para que algo termine.
Esperamos pelo fim do dia de trabalho ou estudo para desfrutarmos do repouso. Desejamos o fim de semana para desfrutar do lazer. Cobiçamos o fim do mês para desfrutarmos do salário. Ansiamos pelo fim do ano para desfrutarmos das férias. E assim fazemos com diversas outras situações do nosso cotidiano.
Vivemos desejando que algo termine para que outro comece e, nesse meio tempo, “perdemos” inúmeras oportunidades de sermos ou, ao menos, percebermo-nos felizes.
É como se tudo que fizéssemos agora só se justificasse depois, em razão disso ou daquilo.
Deste modo, realizando uma análise mais coerente e menos poética do que é a felicidade, percebemos que ela é tudo aquilo que se justifica por si mesmo. Ou seja, todo momento que tem nele próprio o seu significado.
Os gregos definiam assim: a felicidade é um instante de vida que vale por ele mesmo.
Aristóteles definiu como “ananke stenai” a necessidade de se parar em algum lugar, levando-nos a compreensão de que se quisermos justificar a vida, alguma coisa tem que valer a pena por si mesma.
Então você precisa fazer as coisas em sua vida, primeiramente, para encontrar a felicidade como finalidade desse próprio ato. Tente gostar de trabalhar, seja feliz no trabalho e não trabalhe apenas pelo salário, senão a vida só terá sentido no dia do pagamento. Tente gostar de estudar, seja feliz nos seus estudos e não estude apenas para passar de ano, senão a vida só valerá a pena no ano que vem. Tente gostar de tudo aquilo que você faz e faça exatamente para ser feliz nesse momento, no hoje, agora, senão a vida só terá sentido no amanhã, e ele pode simplesmente não chegar.
Com ou sem a sabedoria e reflexão dos filósofos, precisamos entender que mesmo durante o caminho que traçamos rumo aos nossos objetivos, devemos aproveitar o verdadeiro presente que é o agora, abraçando a felicidade dos momentos únicos e, muitas vezes, irrepetíveis da nossa existência.
Portanto, aproveite a vida.
Abrace a felicidade.