Espaço do Artesão está em novo local
Por Lucas Machado
O projeto foi transferido para o cinema, pois, em seu antigo prédio, na Praça Salles Filho, está sendo construído o novo palco
O Espaço do Artesão, que até a última semana funcionava na Praça Salles Filho, está atualmente localizado no prédio do CIC – Centro Integrado de Cultura, localizado na rua 7, esquina com a rua 12, em Santa Fé.
O projeto foi transferido anteontem, 9, e, em entrevista a O Jornal, a coordenadora do Fundo Social de Solidariedade de Santa Fé, Rosimeiry Cristina de Mello, relatou que o deslocamento é temporário e se deu devido a construção do novo palco da Praça Salles Filho.
O dia e horário de funcionamento temporário no CIC são de quinta e sexta, das 9:00 às 12:00 horas, e das 13:30 às 17:00 horas. Aos sábados o local ficará aberto das 9:00 às 13:00 horas, e, à noite, das 19:30 às 22:00 horas.
“A escolha do CIC foi feita pelos próprios artesãos. Quanto ao tempo que ficarão lá, não temos previsão; entretanto, assim que for possível, retornaremos, mesmo que o projeto do palco não tenha acabado totalmente”, disse Rosimeiry.
A coordenadora explicou ainda que, de 20 artesãos, apenas 18 estão expondo seus trabalhos no CIC. “Os que não estão no CIC aproveitaram para tirar esse tempo como ‘férias’, para descansar, e também para produzir mais”, contou.
Atualmente, os artesãos que estão no cinema são Malú Mendonça, Dulce Nascimento, José Baldo, Dérsia Alonso, Solenir Fernandes, Marina Silva, Conceição Muniz, Roseli Martins, Cristiane Chris, Elaine Alves, Mirla Castilho, Auta Cefalo, Sônia Moura, Josina Garcia, Walter Bará, Laís Lacerda, Edson Wander e Alfeu Soares.
O Jornal conversou com dois artesãos que expõem seus trabalhos no local, sendo Josina Maria Morato Garcia e Walter Bará.
Josina contou que há 13 anos trabalha com artesanato. “Comecei com pintura em tela e gostei. Amo fazer artesanato, vivo disso e aprendi a fazer tudo sozinha”, disse.
Ela ressaltou ainda que, em épocas de feriados prolongados, as vendas sempre aumentam, por conta dos turistas, mas que em dias normais há uma queda.
Em sua banca estão expostos artefatos de decoupagem, crochê, biscuit, palha de milho, dentre outros, e os preços variam de R$ 4,00 até R$ 40,00, dependendo da peça.
Walter Bará é artista plástico e veio de São Paulo. Mora em Santa Fé desde outubro do ano passado. Dentre seus trabalhos, destacam-se a piro-grafia, que é a arte queimada em madeira, peças entalhadas e maquetes.
“Comecei há 20 anos, quando fazia esculturas de argila afro-brasileiras. Quando estava em São Paulo, eu expunha minhas obras na Praça da República. Vivo disso, e aprendi sozinho. Acho que a arte nasce com a gente”, contou ele.
As peças de Walter, que podem demorar de dois dias a um mês para ficarem prontas, variam de R$ 40,00 a R$ 250,00, e, de acordo com ele, ainda não ‘sentiu’ as vendas em Santa Fé.
O artista relatou ainda que já teve trabalhos expostos no Palácio das Artes, em São Paulo, e que seu trabalho já foi reconhecido várias vezes em reportagens veiculadas pela Rede Globo.
“Tenho também a exposição itinerante ‘Descobrir o cangaço com liberdade”, que ainda não a fiz em Santa Fé, mas pretendo. Quando não consigo vendê-la, eu a exponho voluntariamente”, disse.
O projeto
O Espaço do Artesão foi inaugurado em 2008, e teve início a partir da solicitação dos artesãos da época. Antes da criação do espaço, eles expunham na praça, duas vezes ao mês, e sofriam com a chuva, frio etc.
Diante disso, procuraram a administração e solicitaram que fosse criado um espaço para abrigá-los, tendo sido montado o projeto e criado o Espaço do Artesão.
No local, nesses anos, foram expostos trabalhos de MDF, pack work, crochê, fibra de bananeira, cerâmica, jornal, recicláveis, telas, pinturas em tecidos, bordados, trabalhos manuais, dentre outros.
A renda obtida com a venda dos artefatos é destinada aos próprios artesãos. Há uma escala que mantém a organização do próprio espaço e, para se credenciar, é necessário passar por um processo de visita e avaliação dos trabalhos, para que não haja exposições repetidas, além de o interessado dever ter total disponibilidade para cumprir as escalas de dia e horário.