Tópicos da Semana – Edição de 2/07/16.
Por Mário Aurélio Sampaio e Silva
Charge: Leandro Gusson (Tatto).
A vaquinha da Dilma
Nesta terça-feira, 28, após uma reunião de Dilma com a executiva do PT e aliados, no Palácio da Alvorada, duas antigas amigas da ditadura militar da presidente afastada decidiram criar um crowdfunding, uma espécie de “vaquinha virtual”, para que a mesma tenha recursos financeiros e continue viajando pelo país em defesa de seu mandato, haja vista que o presidente em exercício, Michel Temer, limitou o uso, “na faixa”, de aeronaves da Força Aérea Brasileira por Dilma para os trajetos somente entre Brasília-Porto Alegre, onde vivem seus familiares.
Gente generosa
Na quarta-feira, a plataforma foi lançada e, em pouco mais de duas horas no ar, o site arrecadou doações de 178 pessoas, somando o montante de R$ 15,9 mil, o que representa 3% da meta inicial de R$ 500 mil. Intitulada “Jornada pela Democracia – Todos por Dilma”, a presidente pretende rodar, ops, voar pelo país divulgando a tese de que é vítima de um golpe.
Onde chegamos
Quem contribuir com mais de R$ 10,00 receberá uma foto oficial autografada em versão digital, um vídeo de agradecimento, além de citação no site da presidente afastada. Resta saber agora com que dinheiro os mortadelas vão colaborar para que a moça possa voar!!!
A moça da balada
Ao que tudo indica, esta será a grande “saída” dos políticos – que agora não podem mais receber dinheiro para campanha de empresas, e, sim, de pessoas jurídicas….ummmmm, laranjas – para seus badalos e vai e vens pelo país afora.
Rouanet?
O diplomata, filósofo, professor universitário, tradutor e ensaísta brasileiro Sérgio Paulo Rouanet, membro da Academia Brasileira de Letras desde 1992, e que enquanto exerceu o cargo de secretário de cultura do presidente Fernando Collor de Melo, foi responsável pela criação da lei brasileira de incentivos fiscais à cultura, a chamada Lei Rouanet, talvez hoje não consiga acreditar que a referida lei fosse dar no que deu.
É roubo que não acaba mais
Na manhã da última terça-feira, 28, a Polícia Federal deflagrou a Operação Boca Livre, que investiga o desvio de R$ 180 milhões de recursos federais em projetos culturais. Foram cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 37 de busca e apreensão. Entre o alvo das buscas está o Grupo Bellini Cultural, que atua há 20 anos no mercado e aparece como o principal operador do esquema.
Luxo só
Segundo os investigadores, Antonio Carlos Belini Amorim usou recursos da Lei para pagar o casamento de um familiar, uma verdadeira balada luxuosa na praia do Jurerê International, com show de Leo Rodrigues, “famoso” por interpretar hits como “Bara Bará Bere Berê”, “Vai no Cavalinho”. Para se ter uma ideia, o local cobra em média R$ 300,00 por convidado no aluguel pra festas.
A coisa é antiga
De acordo com a Polícia Federal, o grupo fraudava a Rouanet desde 2001, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o ministro da Cultura era Francisco Weffort. De lá pra cá, a pasta da Cultura já foi ocupada por outros cinco nomes: Gilberto Gil, Juca Ferreira, Ana de Holanda, Marta Suplicy e Marcelo Calero.
Na cara dura
As investigações indicaram que o grupo Bellini Cultural propunha projetos culturais ao Ministério da Cultura e, com a autorização para captar recursos, procurava a iniciativa privada. Assim, as fraudes ocorriam de várias formas, como a não execução de projetos, superfaturamento, apresentação de notas frias, dentre as mais diversas falcatruas.
Ahh, vá…
Agora vem o Ministério da Cultura dizer que irá colaborar com todas as investigações…Ah, não!!! Mais uma vez a mesma velha história pra boi dormir, e a sensação é que nós, nossos filhos, netos ou bisnetos, não veremos um país com tanto roubo e sujeira.
Adunco
A Lei Rouanet tinha ótima finalidade, ou seja, a de incentivar a cultura. Com essa Operação, vê-se o desvio de finalidade, como sempre acontece em nosso país. Da mesma forma que uma torcida de futebol, que é parte do espetáculo, pode se transformar em torcida organizada, com finalidades distorcidas, um partido político pode se corromper e se transformar em uma organização criminosa. Este é o nosso Brasil, cheio de piadas de mau gosto.