Com o preço de alimentos nas alturas, Plano Real completa 22 anos

Publicado em 9/07/2016 00:07

Por Daniela Trombeta Dias

2O arroz e o feijão nossos de cada dia nem sempre tiveram os preços tão ‘salgados’, assim como o botijão de gás, o sal, açúcar, sabonete, margarina, café, óleo e outros produtos que não podem faltar no dia a dia e fazem parte da lista básica de compras.
Há 22 anos, quando o Plano Real foi implantado no Brasil os preços eram bem diferentes; o gás de cozinha custava R$ 5,73 e hoje é vendido por pelo menos R$ 53,00, chegando até R$ 70,00 em algumas cidades.
Já o feijão, que é um dos vilões atuais da lista de compras, custava em 1994 R$ 0,97, e atualmente varia de R$ 13,90 a R$ 22,00; nem mesmo o sal ficou de fora do aumento dado por todos esses anos, de R$ 0,44 subiu para R$ 1,99, e o quilo do açúcar aumentou de R$ 0,85 para R$ 3,50.
Até na hora do banho o consumidor se lembra da inflação sofrida, pois um sabonete 90 gramas que custava R$ 0,35, hoje não é vendido por menos de R$ 1,25. Na hora de lavar a louça, a aposentada Jesuína Silva, de 66 anos se lembra que, quando tinha 44 anos, pagava por um pacote de palha de aço R$ 0,52. “Hoje pago em média R$ 1,99, assim como a margarina de 500 gramas, que antes custava R$ 1,80, hoje na promoção, encontro por uns R$ 3,80. É inacreditável, e, se pararmos para pensar, a indignação aumenta”, afirmou ela.
José Dias sempre gostou de coar o café pela manhã, e, quando questionado sobre o preço do pacote de café há 22 anos, ele, que tem 68 anos, tem certa dificuldade para lembrar. “Há muitos anos comprava um quilo por uns R$ 3,00, e hoje pago quase R$ 10,00. Se fosse em 1994, R$ 10,00 dava para comprar três quilos”, ressaltou.
Nem a Coca-Cola, um dos refrigerantes mais consumidos, escapou do grande aumento. Poucos vão se lembrar, mas o litro, quando o Plano Real foi implantado, custava R$ 0,67; porém, atualmente, é comercializada de R$ 3,00 a R$ 5,00 (quente) e em média R$ 6,50 (gelada). Já dois litros do refrigerante é vendido por até R$ 9,00.
O cigarro também sofreu uma diferença exorbitante. Um maço, antes, variava de R$ 0,99 a R$ 1,12, e hoje, de R$ 7,00 a R$ 9,00.
O motorista Francisco Oliveira Silva Gomes lembra que quando tinha 31 anos abastecia seu Gol quadrado a álcool por R$ 0,44. “O tanque ficava cheio e o bolso também”, brinca ele. Já o litro da gasolina naquela época era R$ 0,55, mas agora não sai por menos de R$ 3,19 a R$ 3,50 o litro.
Em 1994 o salário mínimo era de R$ 64,79, e agora o brasileiro recebe R$ 880,00, ou seja, o aumento foi de R$ 1.258% . “Me lembro que em 2008, quando já fazia 14 anos da implantação do Plano Real, minha esposa e eu fazíamos uma compra mensal de R$ 150,00, adquirindo mantimentos para o mês todo, sendo esta situação bem diferente da de agora, pois pago por nossa compra mensal em média R$ 800,00, e, no final do mês, antes de receber o próximo pagamento, eu já tenho que comprar alguns itens que acabaram”, contou o auxiliar de serviços gerais Henrique Garcia.

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