Escrevendo em inglês
Temos visto nesta coluna algumas dicas que talvez sejam importantes para que possamos escrever melhor na língua inglesa.
Já observamos que o mais importante na hora da escrita é que sejamos o mais coerente possível em nossas ideias para não corrermos o risco de sermos repetitivos e confusos.
Tanto no inglês como no português existem certas palavras que, devido à forma abusiva com que são usadas, deixaram de carregar qualquer significado. Tornaram-se modismos que servem apenas dar falso tom de intelectualidade.
Um exemplo disso muito bem claro no português são as expressões “realmente”, “evidentemente”, “efetivamente”, “a rigor”, “em termos de” etc. No inglês temos expressões como absolutely (absolutamente), as a matter of fact (de fato), actually (na verdade), really (realmente), it seems to me (me parece), etc., as quais pouco ou nada acrescentam à mensagem.
Observemos alguns exemplos:
– As a matter of fact, she is going to get married in September. (De fato, ela se casará em setembro).
– Actually, no one is able to handle this job. (Na verdade, ninguém consegue fazer este trabalho).
Em qualquer idioma, fatos sempre informam mais do que opiniões subjetivas. O texto deve se limitar o mais possível a fatos, ficando a conclusão reservada para o leitor.
Não imponha ao leitor o seu julgamento; permita-lhe formar o seu próprio. É sempre desejável ser o mais claro e específico possível, substituindo palavras de mero efeito ou de significado vago, pela respectiva explicação.
Exemplo:
– I hate television. (Odeio televisão) – Ideia vaga.
– The effects of television can be very damaging. The soap operas portray dishonesty, violence and all kinds of negative social behavior. (Os efeitos da televisão podem ser bastante desastrosos. Novelas mostram desonestidade, violência e todos os tipos de comportamentos negativos da sociedade) – Ideia claramente exposta.
Sabemos que a voz passiva consiste em trocar o sujeito e o objeto direto de posição. O objeto assume a posição do sujeito, mas permanece inativo, ou seja, passivo. Passa a ser um sujeito que não é autor de ação alguma. O verdadeiro sujeito, em contrapartida, assume o papel de agente da passiva, sendo que, neste papel, deixa de ser essencial à oração, ficando frequentemente omitido.
– The boy ate the cake. (O menino comeu o bolo) – voz ativa.
– The cake was eaten by the boy. (O bolo foi comido pelo menino) – voz passiva.
No português, o uso da voz passiva é extremamente comum e apropriado. Entretanto, no inglês moderno a voz passiva chega a ser quase proibitiva, pois destoa em relação à necessidade de clareza e de presença de fatos, limitando-se seu uso a casos em que o agente da passiva é desconhecido, irrelevante ou subentendido.
– The store was robbed last night. (A loja foi roubada ontem à noite) – desconhecido.
– Cavaquinhos are made in Brasil. (Cavaquinhos são feitos no Brasil) –irrelevante.
– Dilma was elected president. (Dilma foi eleita president) – subentendido.