NOSSOS LIMITES

Publicado em 20/08/2016 00:08

Em tempos de competições esportivas como agora, nada melhor que observar atentamente tudo que se passa com o ser humano e o que seu corpo expressa no instante em que precisa de uma só coisa para vencer: Superação. Fico impressionada com a capacidade que os esportistas têm para ir além.
Além da dor física, quando o corpo implora que o esforço seja interrompido, quando acidentes acontecem e falam claramente para o atleta que é hora de parar, existe a dor emocional, quando o coração e a mente pedem socorro e somatizam doenças que maltratam o corpo e a alma e podem até matar.
Mas afinal, qual o limite da nossa dor? Até onde podemos suportar aquilo que nos é imposto por nós mesmos para alcançarmos um objetivo maior? E que objetivo é este?
Assistindo esses dias algumas entrevistas de atletas em busca de uma medalha de ouro, me surpreendi ao ouvir que o cérebro anula a dor no momento crítico para que eles possam chegar ao seu almejado objetivo. Que aparelho maravilhoso é esse que comanda a dor lancinante e faz com que o indivíduo foque no alvo que é a vitória?
Fiquei me perguntando se é essa máquina que direciona todas as energias para um ser humano lutar contra um câncer e sair vitorioso.
O corpo humano não foi feito para suportar tanto esforço e sofrimento, mas o cérebro faz com que supere e transcenda a dor. Da mesma forma não fomos feitos para a doença que se instala intrusa em nosso organismo e, sim, para sermos saudáveis seguindo as leis da natureza.
Mesmo assim corpo e mente se unem e nos permitem superar lutas com vírus ou bactérias algozes e, em muitos casos, nos faz sair da batalha vitoriosos. Se nem todos sobem ao pódio e recebem a medalha almejada, é porque o corpo ou a mente não estavam preparados o suficiente para superar a dor e o sofrimento de vencer uma guerra. E não tem medalha para todo mundo!
E o coração? Até que ponto nosso coração é capaz de superar o sentimento atroz da perda, do abandono e do desamor? Quem consegue subir ao pódio da vida e segurar a medalha áurea da superação de uma relação que não deu certo e voltar a treinar no ringue que se apresenta dia após dia para uma nova luta? Que mãe consegue continuar a ser atleta da vida depois de perder um filho? Que mulher ou homem consegue que seu cérebro anule a dor do coração partido por uma traição ou um amor que terminou e deixou cicatrizes? Poucos conseguem. E os que conseguem são aqueles que, como os atletas, foram desafiados pelo seu próprio sonho de vencer e superar seus limites.
Quanto a nós, reles mortais, longe do Olimpo, para vencer, precisamos superar o orgulho de perder, a baixa autoestima e aprender mesmo com toda a dor a superar tudo para alcançar nossos parcos, porém merecidos, momentos de felicidade no pódio da vida.

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