Pelo menos 5 mil pessoas passam pela Feira do Produtor aos finais de semana
Por Lelo Sampaio e Silva
Inicialmente localizada na Cohab Beira Rio, hoje a Feira do Produtor, situada na situa-se rua 14 esquina com a rua 23, acontece as sextas-feiras, a partir das 16:00 horas, e aos domingos, a partir das 7:00 horas.
O local, além de ter se tornado um ponto de referência para a compra de vegetais; frutas; verduras; hortaliças e produtos de origem animal, como carnes, ovos e leite; além de pães; massas; bolachas; bolos e derivados e outros, oferece há quase 30 anos produtos frescos, com preços acessíveis.
As sextas-feiras serve também como um ponto de encontro para uma happy hour, onde é possível degustar, além de bebidas em geral, o famoso yaksoba.
A reportagem entrevistou a família Peralta, de Nova Canaã Paulista, proprietária de um sítio no Córrego do Cervo, onde cultiva e revende os hortifrútis há mais de 20 anos. Para eles, o primordial é o uso correto de produtos para proteger as folhas de possíveis pragas.
Segundo Simone Peralta, todos os produtos são colhidos no dia da feira, isso para que os mesmos cheguem com maior qualidade e tenham mais durabilidade na mesa do consumidor. “Como somos nós mesmos que produzimos os legumes e verduras, os valores são muitas vezes mais acessíveis do que os praticados na maioria dos supermercados da região. Evidentemente que muitos locais vendem seus produtos mais baratos; entretanto, nem sempre com a mesma qualidade”, disse ela.
Já Rodolfo Neres Batista, que comercializa carne de porco caipira, afirmou que o porco caipira possui um sabor inigualável, se comparada carne do “porco branco”, ou seja, aquele criado com ração, e confinados em locais específicos.
Segundo ele, o animal é abatido ás vésperas dos dias de feira, ou seja, as quintas e sábados, isso para que o produto chegue até o consumidor assim que desfalecido e cortado, e não congelado, pois, do contrário, acaba perdendo algumas de suas características proteicas.
“Além das linguiças sem qualquer tipo de conservante, vendo costela, paleta, bisteca, pernil, lombo, panceta, e outros, considerando que as carnes são vendidas a R$ 13,00 o quilo, e as linguiças, R$ 14,00, sejam elas sem pimenta, a suave e a com pimenta, além da seca”, destacou.
Em seu sítio, em Santa Fé, Rodolfo afirmou possuir um chiqueiro devidamente equipado para a criação dos animais. Há também um local rigorosamente estruturado para o abate e um espaço para a manipulação da carne, conforme as normas da Vigilância Sanitária.
Rodolfo Neres Batista concluiu afirmando que “se compararmos os preços praticados nos mercados, vamos observar que aqui eles são mais caros somente quando não há promoções naqueles estabelecimentos”.
Já o casal Silvia da Silva Benito e João Benito Foschi, afirmou que vende em sua banca amendoim cru e torrado; doces caseiros, como geleia de mocotó; rapadura; tijolo baiano; doce de leite e paçoca, além das bolachas sem conservantes, como as feitas de creme de leite, de pinga, ou seja, os tradicionais ‘docinhos das vovós’.
A reportagem, Silvia, que possui sua barraca há 25 anos, afirmou que anteriormente vendia em Jales e, quando surgiu a oportunidade de vendas em Santa Fé, logo passou a vender na Feira do Produtor de Santa Fé.
“Embora sejam de fábrica, vendo também biscoitos de polvilho; porém, como os adquiro todas as semanas, meus produtos estão sempre frescos. Talvez alguns dos produtos aqui comercializados sejam até mais caros que em outros locais; entretanto meu lema é ‘preço e qualidade não andam juntos’, e é exatamente o que procuramos fazer, trazer para os nossos clientes produtos de primeiríssima qualidade”, finalizou Silvia da Silva Benito.
Segundo o presidente da Feira do Produtor, Marivaldo dos Santos, a feira contribui para estimular a produção nas pequenas propriedades. “A venda dos produtos na feira serve como um fomento à produção da agricultura familiar, além de levar um produto de qualidade para a mesa do consumidor”, explicou.
Os produtos são essencialmente produzidos em pequenas propriedades da cidade e região. “Aqui na feira temos uma procura maior do que em mercados e frutarias, já que os produtos comercializados são sempre frescos. Outra questão importante é a não saída do homem do campo para a cidade, pois a feira proporciona aos feirantes um ganho a mais, tendo a oportunidade de vender seus produtos, evitando, assim, o êxodo rural”, destacou Marivaldo.
Ele, que é presidente da feira há 19 anos, ou seja, desde que a Feira do Produtor foi instalada na rua 14, explicou ela é 65 feirantes associados, que, divididos, atendem também as cidades de Três Fronteiras, às terças; Santana e Santa Clara, às quartas; Santa Fé, às sextas e domingos; e Rubineia, aos sábados.
A estimativa é que nos dias de feira em Santa Fé circulem pelo pavilhão cerca de 8 mil pessoas, 3 mil na sexta e 2 mil no domingo.
Não existe regra alguma para que o feirante trabalhe na sexta ou no domingo, ou até mesmo nos dois dias. “Gostaria que as mesmas pessoas que viessem na sexta também viessem no domingo. Na sexta-feira, o fluxo maior deve-se ao fato de que as pessoas também vão até lá para comer um petisco ou tomar uma cerveja, pois são servidos pastéis, yaksoba, e churrasco no espetinho. Porém, se as barracas que servem esses alimentos também assim o fizessem no domingo, a feira estaria mais completa.
Não fosse a cobertura de um pequeno espaço que ainda falta ser feita, embora este projeto logo sairá do papel, poderíamos dizer que nossa feira está completa, haja vista o grande sucesso de público”, concluiu o presidente da Feira do Produtor, Marivaldo dos Santos