Carlos Alberto Torres, o eterno capitão

Publicado em 29/10/2016 00:10

O nosso herói de hoje foi tudo aquilo de quem gosta do que há de mais refinado na arte de jogar futebol, plagiando as palavras de Juca Kfouri, colunista da Folha.
Carlos Alberto Torres, maior lateral direito da história do futebol brasileiro batia na bola como poucos. Batia de trivela, de efeito, de chapa, de peito, de calcanhar, de cabeça, mas nunca de canela ou de bico. Batia pênaltis, faltas, escanteios, tiros de meta e lateral. Mas quando alguém esquecia a bola para atingir um companheiro seu, batia doído no tornozelo do adversário. Ele, na verdade, batia um bolão.
Líder nato e dono de um estilo “durão” unia força física, habilidade e técnica para desenvolver sua arte. Por isso tinha categoria para dar e vender. Assim laterais ou alas como Djalma Santos, De Sordi, Leandro, Zé Maria e Nelinho não conseguiram chegar ao seu patamar futebolístico.
O jogador genial foi capitão da seleção brasileira, líder da conquista do tri mundial no México, em 1970, imortalizando o feito com um golaço que passou pelos pés de Everaldo, Wilson Piazza, Gérson, Clodoaldo, Tostão, Rivelino, Jairzinho e Pelé.
O nosso herói foi cria das divisões de base do Fluminense. Depois foi para o Santos onde atuou em 445 jogos e marcou 40 gols. Depois jogou no Botafogo, Flamengo e Cosmos de Nova York com Pelé, Beckenbauer, Johan Cruyff e Giorgio Chinaglia.
Antes de estrear no time do Santos de Pelé já exigiu a contratação de um jogador: o ex-ponta esquerda Abel Verônico, do América do Rio. O motivo era que ele não queria se encontrar com esse capeta pela frente.
Tive o privilégio de vê-lo em um jogo na Fonte Luminosa contra a Ferroviária de Araraquara, em 1969. Naquela época, o então comentarista da Rádio Tupi, Mário Moraes, assim se referia aos jogos do Santos e Ferroviária: “É a partida em que a bola nunca sobe mais de um centímetro do chão.” Era considerado o mais técnico de todos os jogos do Paulistão. Também, o “Esquadrão Imortal” contava com Gilmar (1), Carlos Alberto (4), depois Lima (14), Mauro (2), Calvet (6) e Dalmo (3); Zito (5) depois Clodoaldo (15) e Mengálvio (8); Dorval (7), Coutinho (9), depois Toninho Guerreiro (19), Pelé (10) e Pepe (11), depois Edu (21). E o time grená da Morada do Sol tinha um esquadrão com Machado, Baiano, Mauro Pastor, Fogueira; Dudu e Bebeto (Rossi); Waldir, Bazani, Maritaca,Téia e Nei (Pio).
Na tranquilidade de sempre, o eterno “Capita”, se despediu da torcida fazendo palavra cruzada…

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