Campanha “Quem dá Esmolas não dá Futuro” é realizada pelo Creas de Santa Fé

Por Lelo Sampaio e Silva

O Creas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social – de Santa Fé do Sul realizou de quarta até ontem, 18, nos estabelecimentos comerciais da cidade uma campanha de conscientização no sentido de orientar comerciantes e funcionários sobre o risco de se oferecer esmolas, bem como para salientar sobre o trabalho realizado no albergue de Santa Fé do Sul.
Segundo a coordenadora do Creas de Santa Fé, Rosana Marcato, o centro da cidade é um dos pontos de maior frequência de pedintes, daí a necessidade da orientação, não só de quem trabalha na região central, mas de todos que ali circulam.
“Se o cidadão não tiver a consciência de que o ato de dar esmolas não contribui para que o sujeito saia da pobreza, teremos sempre mais pessoas nas ruas, e nosso papel é o de dar o suporte necessário para que ele entenda que é necessário ter um trabalho, seja inserido na sociedade, dentre outras questões”, disse Marcato.
“Há aproximadamente dois anos fui chamada para comparecer a Praça da Matriz para interceder junto a algumas pessoas de Santa Fé que lá estavam cobrando dos turistas para que eles pudessem tirar fotos dos monumentos. Mediante o incidente, tivemos que enviar algumas dessas pessoas para clínicas de recuperação e, no caso de outras, entramos em contato com suas famílias”, disse a coordenadora do Creas.
Já a assistente social do Creas Fernanda Leme salientou que existe muita reclamação por parte dos comerciantes. “Nestes três dias, além do trabalho de distribuição do panfleto informativo, expomos todo o trabalho realizado pelo Creas e pelo albergue, que é o de oferecer banho, jantar, pernoite e o café da manhã, além da possiblidade de a pessoa lavar sua roupa, caso esteja suja. Muitas vezes, quando a pessoa tem a intenção de voltar pra casa, entramos em contato com a família”, disse a assistente social.
Na maioria dos casos, como as pessoas são migrantes, o albergue oferece uma passagem e todo o suporte a cada seis meses, ou seja, a possibilidade dele passar uma noite no local e receber a ajuda necessária. “A Secretaria de Ação Social possui o serviço da Casa de Passagem {albergue}, que tem como objetivo atender esses moradores, com triagem, documentação, localização dos familiares para a reaproximação com os mesmos, além da inserção no Cadastro Único”, explicou Fernanda Leme.
Embora exista a regra para os seis meses, caso a pessoa volte para a cidade, o Creas intervém e oferece outra passagem, além do apoio necessário.
“Tivemos um caso de uma pessoa que estava no albergue e que, embora tivesse família, não queria uma reaproximação com ela. Neste interim, ele teve câncer e a nossa equipe deu todo o suporte necessário, inclusive levando-o para Hospital do Câncer de Barretos. Conseguimos fazer sua reaproximação com a família; entretanto, uma semana depois ele faleceu. Assim, nossa campanha veio justamente para mostrar à população o trabalho desenvolvido pelo Creas e pelo albergue, que, diferentemente do que algumas pessoas podem pensar, não é o de ‘limpar’ os indivíduos da rua, mas, sim, de dar-lhes o apoio necessário”, explicou Rosana Marcato.
No albergue são atendidas aproximadamente 90 pessoas por mês; entretanto, no período de festa de peão, normalmente em junho, e nas festividades de final de ano, este número chega a 150 assistidos.
Ela explicou ainda que, caso haja alguma incidência de pessoas pedintes, a população pode ligar nos telefones 3631-1510 (Creas), 3631-5278 (Albergue) ou no serviço de plantão 24 horas 99762-6047.