Essa não vai ser minha última campanha
Aproveitando o final das férias nesta semana, assisti a um filme que, inesperadamente, revelou uma lição que acredito ser importantíssima de ser entendida e vivida por todos que buscam mudança nesse novo ciclo do ano de 2017.
O filme, que se chama “Operação Chromite”, é baseado em fatos reais sobre a Guerra da Coreia (travada de 1950 a 1953) e conta a história de um pequeno grupo soldados sul-coreanos que participaram de uma operação chamada “Missão Raio-X”, que visava agir secretamente em um território dominado pelos norte-coreanos, a fim de possibilitar a invasão da costa de Icheon pelas tropas da ONU, compostas principalmente pela força aérea e marinha americana, lideradas pelo General Douglas MacArthur (interpretado no filme pelo brilhante Liam Neeson).
Ocorre que a invasão pretendida pelo General MacArthur à costa de Icheon era considerada uma das operações navais militares mais arriscadas da história, sendo que todos, inclusive o próprio Secretário de Defesa americano, apontava que a chance de sucesso para a tentativa de invadir aquele local era de uma em cinco mil.
Em razão dos seguintes fatos: havia incontáveis minas marítimas secretas colocadas pelo Exército Popular da Coreia do Norte, as marés da região eram consideradas uma das piores e mais imprevisíveis do mundo, pois subiam e desciam em média 9 metros por dia, o que poderia fazer com que os navios militares encalhassem logo após se aproximarem da costa. Além disso, havia o fato de só existir ali um único local para o desembarque, de o porto estar fortemente protegido por artilharia pesada e centenas de soldados norte-coreanos, sendo muito estreito para os navios, se preciso, darem a volta. Ainda, mesmo que desembarcassem ali, os mangues (lamaçais) poderiam engolir os tanques que eram transportados pelas embarcações, e os fuzileiros teriam que escalar penhascos gigantes da praia, que às vezes eram atingidos por ondas fortíssimas, para, enfim, chegarem às posições que os permitiriam avançar por terra.
Contudo, existia ainda um problema maior e principal: como o General movimentaria 75 mil tropas naquelas condições, durante a noite, no escuro.
A solução apontada por ele: utilizar um farol gigante que existia em uma ilha próxima chamada Palmido, que seria tomado pelos soldados da referida operação “Raio-X”, e utilizar escadas para fazer com que os fuzileiros escalassem os penhascos.
Apesar das fortíssimas críticas dos demais generais do exército ao plano de MacArthur, uma vez que eles preferiam fortificar a região de Busan, onde tropas aliadas eram derrotadas há dias pelos norte-coreanos, o mesmo conseguiu convencer a todos, inclusive ao próprio presidente dos Estados Unidos da época, Harry Truman, que a melhor estratégia não seria atacar o inimigo onde eles eram fortes, mas aonde não eram.
Baseado nisso, pergunte-se: será que não é hora de encararmos de vez os mais difíceis desafios, para, então, tentarmos obter os mais incríveis resultados?
Ou será que a saída é continuar na perigosa “zona de conforto”, insistindo em fortalecer certos pontos que há muito tempo já estamos perdendo o controle?
Pense nisso.
Por fim, segue uma bela frase dita pelo General MacArthur no referido filme, enquanto os navios militares rumavam para Icheon em meio à tempestade e o mar completamente agitado e com ondas gigantes (que você pode vir a ter que enfrentar):
“Há muito tempo eu prometi a mim mesmo que eu viveria como se esperasse viver para sempre.
Ninguém envelhece simplesmente porque vive um número de anos.
As pessoas envelhecem porque desistem dos seus ideais.
Os anos podem enrugar a pele, mas quando você abandona os seus ideais, é a sua alma que enruga.
Essa não vai ser minha última campanha”.