O verdadeiro significado da empatia

Publicado em 21/01/2017 00:01

Quando falamos em criar empatia em relação ao próximo, devemos ter em mente a verdadeira proporção e significado disso.
Em uma segunda-feira, recebi em meu escritório duas pessoas que me fizeram recordar e aprofundar bem sobre essa necessidade.
A primeira pessoa era um homem, que buscava realizar um acordo em uma pendência que possuía com uma empresa que é nossa cliente.
Não fosse o fato de eu parar para ouvir a sua condição de vida, não saberia que, atrelado a ela, estava também a sua condição de negociação.
Notei que mesmo sendo um homem com cerca de cinquenta anos e que já havia sofrido um grave acidente vascular cerebral, que o incapacitara perpetuamente para o trabalho e outras atividades básicas do dia a dia, era um ser humano cheio de força.
Com humildade e garra, todos os dias fazia questão de esforçar-se a caminhar pelas ruas para se exercitar, levando junto de si o seu cão, que disse ser um “fiel escudeiro das horas difíceis”.
Era um dia chuvoso, mas aquele homem havia chegado ali caminhando, alternando o esforço do trajeto com pequenas pausas embaixo de árvores e toldos das lojas.
Um verdadeiro exemplo.
A segunda pessoa era uma mulher, que buscava esclarecer dúvidas sobre alguns direitos de sua filha.
Não fosse a minha paciência em buscar entender os verdadeiros anseios daquela mulher em lutar por esses direitos para possibilitar o custeio do curso superior da referida filha, talvez também não tivesse encontrado a possível saída para solucionar o caso.
Também não teria encontrado mais uma lição de vida, representada pela figura de uma mulher que há seis anos está em tratamento contra o câncer – que já surgiu em diferentes partes do seu corpo, principalmente na cabeça –, mas que não tirou o sorriso do rosto por sequer um momento desde que entrou em minha sala, mesmo quando me contava resumidamente o seu árduo “calvário” dos últimos anos.
Com os olhos marejados, mas ainda sorrindo, disse-me que, certa vez, quando teve que passar por uma complexa operação, que removeu uma grande parte interna do seu maxilar e da arcada dentária, buscou forças na força e confiança da filha.
Ao chegar em casa, logo após a operação, a mãe viu que a menina havia feito um bolo de chocolate para ela, esquecendo-se, em sua inocência, que devido ao procedimento cirúrgico ela não poderia comê-lo.
A mulher então se alegrou apenas por ver a sua filha o comendo.
Tentando criar empatia, através da atitude de escutar um pouco mais as pessoas, encontrei então o seu mais profundo significado.
Além da já sabida conexão psicológica com o próximo, é algo belo e divino como se alegrar ao ver o próximo “comendo um bolo”, mesmo quando não podemos fazer o mesmo.
É algo que todos devemos entender e experimentar. Sempre.

 

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