Site proporciona pesquisa de remédios de laboratórios e genéricos

Publicado em 25/02/2017 00:02

Por Vinicius da Costa

Um recente levantamento do Procon constatou que os preços dos remédios no Brasil, entre genéricos e de laboratórios, podem variar de até 100% de valor. Por causa desta desinformação, o consumidor às vezes paga muito mais por um produto que poderia ter por um preço menor, com a mesma composição química. Foi para resolver este problema que no ano de 2000 foi criado o site https://pro.consultaremedios.com.br.
Em nota a O Jornal o diretor executivo do CR – Consulta Remédios –, Paulo Daniel Vion, disse que o site foi criado na época em que os genéricos foram lançados no Brasil. “Na época o objetivo do site era ser uma referência para profissionais da área da saúde, como médicos, farmacêuticos, proprietários de drogarias, balconistas etc., onde era possível apenas encontrar medicamentos por nome comercial e substâncias ativas, descobrir seus similares, referências e genéricos”, disse.
A finalidade e a missão do site é levar conhecimento a população através da tecnologia, promovendo um melhor acesso tanto para a saúde física quanto para a financeira com as comparações de preços, criando e publicando informações e conteúdos de qualidade e revisados por médicos que tragam conforto e conhecimento. “Quando o site foi criado tínhamos cerca de 200 mil usuários, hoje temos mais de 3 milhões de usuários por mês, o que nos coloca na posição de maior portal focado em medicamentos do Brasil, sendo que somos responsáveis por gerar mais de R$ 70 milhões por mês em negócios para as drogarias no Brasil”, enfatizou.
Genéricos
O farmacêutico e proprietário da Chico Farma, Francisco Fontinele, disse que um medicamento genérico é um medicamento com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação que o medicamento original, de referência, sem, no entanto nome de fantasia. E principalmente, são intercambiáveis em relação ao medicamento de referência, ou seja, a troca pelo genérico é possível.
“É mais barato porque os fabricantes de genéricos, ao produzirem medicamentos após ter terminado o período de proteção de patente dos originais, não precisam investir em pesquisas e refazer os estudos clínicos que dão cobertura aos efeitos colaterais. Dado que os custos inerentes à investigação e descoberta de novos medicamentos já foram realizados pela indústria que primeiramente obteve a patente, os medicamentos genéricos podem ser vendidos a um preço mais baixo e com a mesma qualidade do medicamento original, cujo fabricante detinha a patente do princípio ativo”, disse.
Em relação aos genéricos o Fantástico, programa da emissora de televisão da Rede Globo realizou uma matéria sobre a eficácia dos medicamentos genéricos.
Na matéria o programa efetuou testes de equivalência farmacêutica no laboratório Cedafar – Centro de Estudos e Desenvolvimento Analítico Farmacêutico, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais –, que realiza testes de qualidade necessários no processo de registro de medicamentos genéricos e similares e testes de controle de qualidade.
Foram testados quinze medicamentos genéricos com os seguintes princípios ativos, dipirona monossódica, losartana potássica e sildelafila. Todos os lotes de medicamentos com os princípios ativos sildelafila (duas amostras) e losartana potássica (oito amostras) estavam em condições sanitárias satisfatórias, ou seja, dentro dos padrões esperados. Os laudos informaram que os lotes dos medicamentos testados são equivalentes aos medicamentos de referência, o que é obrigatório para os genéricos. Já uma dipirona monossódica da empresa Brainfarma apresentou resultado aparentemente insatisfatório em relação ao teste de equivalência farmacêutica, pois o teor médio de dipirona encontrado foi de 92,87%, valor inferior ao estabelecido como referência, que é de 95,00%.
Apesar dos exames realizados por contratação do programa Fantástico não terem validade legal, a Anvisa emitiu uma nota dizendo que está cumprindo sua missão de proteger a saúde da população, e já abriu os procedimentos para apurar se existe mesmo esse teor inferior ao que é obrigatório. Esses procedimentos têm regras bem definidas para que os resultados não deixem qualquer dúvida sobre sua interpretação. Serão coletadas três grupos de amostras (prova, contraprova e testemunho) e os exames serão realizados em laboratório credenciado.
A organização alegou que realiza o monitoramento permanente da qualidade dos medicamentos comercializados no Brasil e que em 2016, a Agência suspendeu a comercialização de 95 lotes de medicamentos com suspeitas de desvios de qualidade. Essa ação decorre tanto de inspeções de rotina em fábricas de medicamentos como em razão de queixas apresentadas por pacientes ou profissionais de saúde sobre ineficácia de um determinado medicamento ou reações adversas não previstas;
A Agência não recebeu nenhuma queixa de desvio de qualidade dos lotes dos medicamentos que foram testados pelo Fantástico e relacionados com possível ineficácia;
Para assegurar a qualidade dos medicamentos em uso no Brasil, sejam genéricos ou de referência, a Agência desenvolve um conjunto de ações complementares que incluem: a certificação da qualidade dos produtores; a análise dos registros e modificações de pós-registro; as ações de farmacovigilância; as inspeções nos fabricantes; e um programa de monitoramento da qualidade, chamado Proveme.
Em 2016, 70% das amostras desse programa de monitoramento da qualidade de medicamentos foram de genéricos. Nenhuma amostra de medicamento genérico foi considerada insatisfatória; e o consumo de medicamentos genéricos é seguro e a Anvisa desenvolve, de forma contínua, esse conjunto de ações para garantir a qualidade, segurança e eficácia de todos os medicamentos produzidos em nosso país, sempre em alinhamento com as melhores práticas internacionais.

 

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