Especialista em desenvolvimento infantil realiza importante palestra sobre o autismo
Por Lelo Sampaio e Silva
Na semana passada, fechando o ciclo de palestras mensais voltadas aos professores da Educação Infantil, Fundamental anos iniciais, Educação Especial e ADIs (Auxiliar de Desenvolvimento Infantil), a Secretaria de Educação da Estância Turística de Santa Fé do Sul promoveu a palestra “Autismo e Dificuldade de Aprendizagem”, ministrada por Luci Watanabe, pedagoga, psicopedagoga e psicomotricista, que abordou a definição do Transtorno do Espectro do Autismo a partir do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e das mudanças de classificação entre as versões 10 e 11 do Código Internacional de Doenças (CID). Ela também apresentou uma breve literatura sobre questões comportamentais e orgânicas das pessoas com Autismo, a influência da alimentação, a importância da família no processo de aprendizagem, as terapias existentes e os tipos de adaptações curriculares, com foco em globalizar as comorbidades que podem vir juntas na pessoa com TEA.
O Jornal entrevistou, e ela, que é graduada em Letras e Pedagogia, com especialização em Psicopedagogia e Psicomotricidade, explicou que foi com grande satisfação que aceitou o convite da secretária de Educação de Santa Fé do Sul, Marilza Marques, para realizar a palestra. “Me senti honrada por ter sido escolhida a levar tanta riqueza em conhecimento sobre as crianças e jovens no TEA – Transtorno do Espectro -, falando sobre suas particularidades, suas dificuldades e também explanando casos de evolução como a história do meu filho Henrique Watanabe, de 10 anos, que conquistou uma grande evolução no seu quadro devido ao acompanhamento e aos modelos terapêuticos escolhidos para contemplar o seu quadro de terapias. Além dos estudos e da experiência profissional que acumulei, tenho também uma vivência de enfrentar os problemas de saúde e de aprendizagem do meu filho”, disse.
Luci é empreendedora em atendimento Clínico Psicopedagógico/Psicomotricista de crianças de 3 a 10 anos. Também realiza consultoria para pais, cuidadores e profissionais da Educação. O trabalho tem foco no desenvolvimento infantil e em suas amplas aptidões no conhecimento multidisciplinar, segundo a teoria de Garder das Múltiplas Inteligências. “O olhar começa com as habilidades e objetivos a alcançar ainda na alfabetização, seguindo os critérios da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Para que os objetivos sejam alcançados, utilizo de ferramentas como jogos, circuitos psicomotor, projeto do clube de leitura, oficinas de Legomania, projeto do Jovem Empreendedor para treinar habilidades do raciocínio lógico matemático, e outros jogos para contemplar demais habilidades necessárias para a autonomia e a socialização”, pontuou a especialista.
Ela já realizou a mesma palestra de forma presencial e online para professores da Secretaria de Educação do Distrito Federal, para professores e coordenadores de departamento infantil de igrejas, reuniões de pais e mestres e outros. Também já realizou oficina online e presencial para profissionais de Desenvolvimento Infantil com recursos reciclados, adaptando material para sala de aula de crianças e jovens com necessidades especiais. “O mais importante é levar conhecimento ao maior número de pessoas possível o conhecimento sobre este transtorno que pode ser identificado e tratado precocemente desde a primeira infância. A palestra trouxe uma apresentação inicial do autismo e as dificuldades de aprendizagem a partir da experiência que acumulei nos últimos 10 anos em cursos de formação, congressos, simpósios, vivências em clínicas parceiras e experiências práticas com atividades psicopedagógicas nos atendimentos presenciais com crianças”, salientou ela.
Luci acredita eu o assunto precisa ser mais falado na área da Educação. “Esse assunto deve ser cada vez mais abordado na área da Educação, pois é um tema bastante extenso e que exige sempre estar atualizado conforme as descobertas e pesquisas mundiais na temática. Também pelo fato do número de crianças diagnosticadas no autismo ter crescido muito nos últimos anos. O Center for Disease Control and Prevention do governo dos Estados Unidos identificou em 2000 que uma a cada 150 eram autistas; em 2018, último ano da pesquisa, já são uma a cada 44 crianças. No Brasil a estimativa é que são 2 milhões de pessoas com autismo, muitas delas que precisam de acolhimento tanto de cuidados de saúde como afetivo e na educação”.
“Para quem estiver em busca de mais informações, eu disponibilizo muitas atividades no meu perfil @luicikeilla, no Instagram. A temática é um assunto envolvente e apaixonante. Cada dia que passa, mergulhamos mais e mais nesse oceano profundo do TEA e assim vamos nos envolvendo e descobrindo positivamente algo novo no qual podemos contribuir ricamente para a sociedade com um todo. No início da minha história no TEA, não fui eu que escolhi, eu fui escolhida! Primeiro descobri o autismo no meu filho e, assim, dessa maneira, mergulhei de cabeça em um novo mundo de conhecimento no qual me encontrei realizada como mãe e profissional com os avanços que fomos realizando na prática clínica domiciliar. Foi um chamado divino e nesta história já fazem 10 anos. Por amor e gratidão, agora, contribuímos para salvar outras vidas em atrasos no desenvolvimento infantil”, finalizou Luci Watanabe.