Teve início a Campanha da Fraternidade 2014
O tráfico humano é uma realidade mundial, que também atinge cada município, e deve ser uma preocupação constante
Por Daniela Trombeta Dias
A reportagem de O Jornal falou nesta semana com o padre Eduardo Alves de Lima sobre o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema ‘Fraternidade e Tráfico Humano’. “Damos início aos dois, na Quarta-feira de Cinzas, em todo o Brasil, data essa muito importante para a igreja católica”, explicou ele.
O padre contou ainda que na data foi realizada missas na paróquia, quando também foi apresentada aos fieis a campanha deste ano.
“Os principais pontos da Quaresma são a oração, a esmola e jejum, ou seja, é ir para o deserto com Jesus e resgatar a identidade do ser humano, trazê-lo a vida, apresentar a liberdade. Cristo nos libertou para a liberdade não para sermos prisioneiros”.
As missas foram realizadas nas capelas também nos municípios de Nova Canaã Paulista, Rubineia, Santa Clara e Santa Rita D’Oeste, que também fazem parte da Paróquia de Santa Fé.
“A Campanha vem justamente para suscitar uma reflexão da realidade do tráfico humano, que não está tão distante das pessoas como nós, como imaginamos, mas perto- através da internet, do regime escravo com bolivianos e paraguaios, que são trazidos para cá para trabalhar em grandes centros, e ainda dos imigrantes de outros estados que são trazidos para cidades para trabalhar em canaviais”, explicou.
A campanha fala do tráfico de crianças para adoção, tráfico de órgãos, prostituição e ainda trabalho escravo. “É uma questão que precisa ser refletida porque está em nosso meio; é um problema a ser resolvido. O tráfico humano é o comércio ilícito que mais se movimenta (30 milhões de dólares por ano). O tráfico que hoje é mais visível é o da prostituição, principalmente de crianças que acabam sendo enganadas com falsas promessas. Também temos o de órgãos, pois é praticado em muitos países, como no Paquistão, Israel, China, Índia e na Indonésia; sobretudo na China, pois lá, por qualquer motivo, o preso é condenado a morte e tem os órgãos vendidos por preços altíssimos”.
O padre enfatizou ainda que o objetivo da campanha é fazer as pessoas pensarem se realmente o ser humano está sendo tratado com dignidade.
Disse ainda que a grande maioria das pessoas tem medo de denunciar, inclusive as vítimas, e também quem tem conhecimento da situação. “Mas não é preciso se identificar, basta ligar 100 e denunciar”, disse.
“Segundo a apresentação da campanha, a liberdade nos foi doada na cruz por Cristo. Ele nos libertou e, por isso, concedeu-nos participar da plenitude de salvar vidas. O período quaresmal convida os discípulos missionários a uma verdadeira conversão, para que o testemunho da liberdade em Jesus Cristo edificante sustente a igreja em sua missão de anunciar o evangelho”, explicou o padre.
Segundo o padre, em cada domingo será apresentado aos fieis um roteiro de reflexão lembrando a Campanha da Fraternidade. “Também usaremos banners e folders, e cantaremos o hino da campanha”.
Padre Eduardo enfatizou que a Quaresma acaba aproximando mais os fieis que estavam afastados da igreja.
“Um marco muito forte, que é a abertura da campanha, será realizada na próxima segunda-feira, dia 10, no anfiteatro da Funec, às 19:30 horas, com a presença também dos alunos, pois essa é uma forma de envolvê-los e disseminar a Campanha dentro da faculdade. A palestra será ministrada pelo bispo Dom Demétrio”. ressaltou.
Para o padre, os tempos mudaram muito, e a questão da Quaresma é viver a dimensão da solidariedade, da caridade; não é ouvir, é ir para o deserto com Cristo, e viver as tentações que ele viveu. Não é só não comer carne, ou jejuar – em alguns dias da semana -. A Quaresma não é num momento de tristeza, mas de alegria, de ressureição, o caminho para a Páscoa”, enfatizou.
Informou ele ainda que, como a Igreja Matriz passa por reformas e manutenção, as quais devem terminar em breve, as missas estão sendo feitas no Salão Paroquial, situado na rua 9.
“Deixamos o convite para que as pessoas façam a experiência de vivenciar a Quaresma, indo com Jesus para o deserto, passando pelas tentações, mas tendo a certeza da ressurreição. A campanha termina no domingo de Páscoa, após 40 dias. “Porém, esse sentimento não deve morrer, deve acontecer durante todo o ano, pois os assuntos continuam em questão e não deixarão de ser uma preocupação”, finalizou.