Dia dos Pais: A felicidade triplicada de um santafessulense de ser pai de trigêmeos
Por Lelo Sampaio e Silva
Domingo chegando, Dia dos Pais, hora de aproveitar para nos alegrarmos em família e presentear o papai.
Sabemos que um bom pai é provedor, aquele de quem o filho espera receber algo. É o homem que se lança no trabalho de forma incansável para dar a sua família o que ela precisa, sempre buscando as melhores alternativas para satisfazer os desejos do filho.
Um bom pai é amigo, aquele que a gente procura nas indecisões, é o nosso herói, aquele que luta pelo que acredita.
Não importa a profissão ou onde esse pai trabalha, seu heroísmo está em quem ele representa para o filho. Ele é aquele que, muitas vezes, na correria do dia a dia, o impede de estar sempre com o filho, mas os gestos e atitudes que toma, o “extra” que abre mão e até seu tempo de descanso valem muito para o filho.
Um bom pai não sabe tudo ou prove tudo, mas só de existir já é um presente.
Imagine tudo isso multiplicado por três, ou seja, ser pai de trigêmeos? Foi o que aconteceu em 20 de julho deste ano, quando o Felipe Aparecido dos Santos, 29 anos, analista de qualidade da Catupiry, em Santa Fé do Sul, e Beatris Martinez Vitoriano, 25 anos, professora, tiveram trigêmeos, menos de um ano depois de se casarem, depois de 11 anos de namoro. Os bebês nasceram com 32 semanas e quatro dias, ou seja, no início do oitavo mês.
Benício, Matteo e Liz Martinez Vitoriano Santos nasceram no Hospital Austa, em São José do Rio Preto, em 20 de julho de 2022. Matteo foi o primeiro a nascer, com 1.940 kg; Liz, a segunda, com 1.590kg, e Benício, o terceiro, com 1,732 kg. Nasceram muito saudáveis, já chorando e abrindo os olhos. Os médicos ficaram até surpresos porque eles eram prematuros extremos, de apenas 32 semanas”, conta o pai Felipe.
Ele conta como foi a reação do casal quando descobriram que vinha por aí três bebês. “Descobrimos que minha esposa estava grávida no dia 3 de janeiro. Na segunda consulta com o ginecologista, ele suspeitou da gravidez trigemelar e pediu um ultrassom mais apurado para confirmar. No dia 15 de janeiro, veio a confirmação. Choramos e rimos ao mesmo tempo. Era simplesmente inacreditável que algo tão improvável estava acontecendo conosco. Sentimos muito medo, mas uma alegria gigante, porque nosso maior sonho como casal sempre foi ter filhos”, relatou o pai.
Para o pai cuidar dos três filhos tão pequenos ainda é uma alegria muito grande, embora não dê para negar que seja difícil, principalmente neste momento de crise financeira que atinge tanta gente. Os gastos com farmácia e leite, por exemplo, agora é, evidentemente, triplicado.
Para que nada faltem os pequenos, o casal tem recebido ajuda de muita gente. “Nossas famílias, amigos e conhecidos estão nos ajudando muito e de diversas formas. Ganhamos roupinhas, fraldas, itens de higienes, leite, dentre outros itens. Além disso, estamos também recebendo ajuda na organização da casa, uma vez que ela acaba ficando um pouco de lado, já que a prioridade são os bebês. Não conseguíramos fazer nada sozinhos, com certeza. Somos muitos gratos a todos”.
Ele conta como foi todo o processo, desde a gravides até o parto. “Desde quando soubemos que eram trigêmeos, o médico explicou para minha esposa que o parto normal era inviável. Nasceram por parto cesárea. Durante a cirurgia, havia uma equipe de mais 20 profissionais envolvidos, todos muito empenhados para que desse tudo certo, já que havia riscos tanto para a Bia quanto para os bebês. Eles já haviam preparado leitos de UTI para a mãe e os bebês, caso houvesse qualquer intercorrência. Eu assisti ao parto. Antes de entrar na sala de cirurgia, sentia uma ansiedade gigante e muito medo pela minha esposa e pelos bebês. Sabíamos que haviam riscos para eles. Ao entrar na sala, comecei a entender que aquilo realmente estava acontecendo. A ficha começou a cair. Quando tiraram o primeiro bebê, a sensação foi de alívio. Senti uma alegria sem tamanho, que foi só aumentando conforme vieram os outros dois bebês.
Felipe explicou que, para o alívio de todos, os recém-nascidos não precisaram de UTI. Eles foram diretamente para o quarto com o casal, e lá permaneceram por mais sete dias para que ganhassem peso, isso porque na última consulta com o ginecologista, ele explicou que, por precaução, internaria sua esposa até o dia do parto. “Como somos de Santa Fé e fazíamos acompanhamento em Rio Preto, ele temia que algo pudesse acontecer e, pela distância, poderia haver complicações, daí esses três dias de internação, totalizando dez dias”, disse ele.
Dia dos Pais
No Dia dos Pais do ano passado, eu queria muito para que, em 2022, pudesse passar essa data com meu filho. Este sonho se realizou de uma maneira muito maior do que imaginei. É emocionante estar com os trigêmeos, a maior felicidade que já senti. Nada se compara, só tenho o que agradecer.