No próximo dia 29, dez anos da morte da apresentadora Hebe Camargo, e seu filho fala um pouco sobre a vida da mãe
Por Lelo Sampaio e Silva
Considerada como a Rainha da Televisão Brasileira, Hebe Camargo iniciou sua carreira como cantora de rádio, ainda na década de 1940, na Rádio Tupi. Lançou suas primeiras canções em 1950: “Oh! José” e “Quem Foi que Disse”.
Já conhecida como A estrela de São Paulo, a principal estrela do rádio da cidade foi convidada a integrar o grupo que foi ao porto da cidade de Santos buscar os equipamentos para dar início a primeira rede de televisão brasileira, a Rede Tupi. Foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira ainda no ano de 1950.
Em 1955, iniciou o primeiro programa feminino da TV brasileira, O Mundo é das Mulheres, dirigido por Walter Forster, e em 1959 lança seu primeiro disco, Hebe e Vocês.
Hebe era considerada a maior entrevistadora do Brasil, tendo entrevistado diversas personalidades como Neil Armstrong, Edith Piaf, Christian Barnard, Amália Rodrigues e Julio Iglesias ainda nas décadas de 1960 e 1970.
Em 1964 se afastou da televisão a pedido do marido Décio Capuano, para dar à luz ao filho Marcello. Naquele ano, interpretaria duas regravações com sucesso absoluto nas rádios de todo Brasil, “Andorinha Preta” e “Paz do Meu Amor”.
Retornou à televisão pela RecordTV em abril de 1966, após vários convites e, a contragosto do marido, com o programa Hebe, que permaneceu mais de quarenta anos no ar em diversas emissoras e estabilizou a apresentadora como a “Rainha da Televisão Brasileira”.
Na década de 1970 consagrou-se como uns dos programas de maior sucesso da televisão, com média de 70% de audiência. Em 1974 o programa é transferido para a Rede Tupi, saindo do ar em 1975 e retornando pela Rede Bandeirantes em 1979.
Em 1986 o programa estreou no SBT, onde permaneceu por 25 temporadas. As duas últimas temporadas do programa foram veiculadas pela RedeTV!.
Em 29 de maio de 1998 esteve em Santa Fé do Sul para a inauguração da Ponte Rodoferroviária.
Para lembrar dos 10 anos de falecimento dessa grande dama, O Jornal entrevistou o seu filho, o apresentador de TV Marcello Camargo que, embora tenha nascido e morado boa parte de sua vida em São Paulo, escolheu, em 2013, Santa Fé do Sul para viver.
Ele explica que não é fácil lidar com perdas, ainda mais perder a mãe, que é a coisa mais difícil para aceitar na vida, mas, como ela era a alegria de viver, ela só gostava da alegria, queria ver todo mundo alegre, feliz, não se dá o direito de ficar infeliz, chocado, triste, cabisbaixo. “Vou tocando a vida. Aí eu digo que é uma dor que você vai ter pela vida inteira, mas que você aprende a conviver com ela”, disse.
Para Marcello é sempre muito gratificante ver sua mãe sendo homenageada tantas vezes e constatar que ela está sempre em evidência. “E agora segue o documentário maravilhoso. Realmente foi uma homenagem maravilhosa. O documentário está de tirar o chapéu mesmo, a gente vai as lágrimas de emoção”, explicou.
Hebe: Um Brinde à Vida é o mais novo documentário sobre Hebe Camargo, produzido pela Globoplay em homenagem aos 10 anos da morte da apresentadora.
A série tem quatro episódios e, além da vida profissional que todos conheceram nas telas, foca também em sua vida pessoal. Ou seja, família, amores, decepções, posicionamentos e, claro, a sua influência que reflete e inspira tantos outros até hoje, em suma, há relatos de pessoas conhecidas do público e que eram próximas da estrela como Ana Maria Braga e Fábio Jr.
Além dos depoimentos, o documentário também conta com material colhido, após pesquisa aprofundada na vida e obra de Hebe, o acervo da família Camargo e do trabalho cuidadoso de fãs que colecionaram recortes de jornais e fotografias desde a década de 1950.
Marcello, de forma modesta, conta que imaginava que ela teria tanto reconhecimento, mesmo após a sua partida. “Sempre imaginei isso, porque ela é a rainha da TV brasileira. Então, realmente ela nunca vai ser esquecida e sempre vai ser rainha e esse título será sempre dela. Sobre a saudade que sente de minha mãe, eu sinto todos os dias de chegar em casa, gritar o nome dela, contar as novidades, passear com ela, de ir aos eventos com ela. Eu sinto saudade de tudo. Sobre a semelhança com ela, eu acho que herdei a alegria que ela tinha pela vida, eu herdei e o sorriso que todo mundo diz que é igualzinho o dela”, disse.
Morar em Santa Fé do Sul é uma das melhores coisas da vida dele, haja vista que, por inúmeras vezes, em várias entrevistas que já deu pelo país, sempre afirmou que aqui é a casa dele.
“Eu adoro morar em Santa Fé do Sul, me sinto em casa. Eu vou a São Paulo, gravo, cumpro a agenda e volto para casa. Sempre é bom voltar para casa. Aqui realmente é a minha casa. Adoro essa cidade, sempre fui muito bem recebido e tem um vínculo com minha mãe, porque ela inaugurou a Ponte Rodoferroviária em 1998, então, apesar dela não ter vindo depois que mudei para cá, sempre que eu passava embaixo da ponte eu ligava para ela e dizia: mãe estou passando embaixo da ponte”, destacou o apresentador.
No dia 29 de setembro ele fará uma palestra em Vargem Grande do Sul, até porque ele vem dando palestras contando uma história da vida da mãe. Entretanto, em outubro será realizada uma missa com o padre Marcelo em homenagem aos 10 anos de sua passagem.
Entretanto, no dia 28 de outubro será realizado um grande evento em Santa Fé do Sul em função dos dez anos da passagem dessa grande mulher.
“Gostaria de dizer que estou extremamente feliz e emocionado. O documentário que saiu pela Globoplay é muito lindo e fidedigno. Todos sabem que fiquei muito descontente com o filme, mas acho que o documentário realmente conta a sua história. Eu realmente tiro o chapéu para esse documentário, que está lindo, e veio juntamente com os dez anos de passagem dela, e realmente para apagar aquela imagem ruim que passou o filme. Agora, vamos todos nós fixar na parte do documentário, que é maravilhoso e dizer que continuamos aí sempre, não só netse ano, mas sempre mantendo o nome dela vivo, o legado Hebe Camargo, o Café com Selinho, que é em homenagem a ela, pois ela sempre será a Rainha da TV brasileira” finalizou Marcelo Camargo.