NEM OITO NEM OITENTA
Tenho minhas crenças. Coisas nas quais acredito e que me facilitam o caminho da vida. Por elas me norteio e quando as ignoro, geralmente quebro a cara. Essas crenças adquiri no decorrer da existência, no conviver com o ser humano, observando, refletindo, errando…
Acredito em muitas coisas. Aprendi a não acreditar em outro tanto. Superstições, por exemplo. Comemoro o primeiro de janeiro vestida de preto, numa boa, com gato preto no colo, debaixo de uma escada. Acredito, isso, sim, na força do pensamento, e tem que ser positivo!
Outra coisa na qual não acredito é no exagero. Amar demais, sofrer demais, ser feliz demais, fazer regime demais, comer demais, se exercitar demais, silenciar demais, falar, dormir, beber, não beber, rezar demais, pecar demais, fazer tudo certo demais…Tem alguma coisa errada!!!
Creio piamente que existe alguma coisa de errado com os extremos, com a falta de equilíbrio. O ser humano ainda não é perfeito. E até Jesus “virou a mesa”! Me assusta aquela pessoa certinha, cheia de virtudes, com ares de santa. Me assusta mesmo!!! Fico logo com pé atrás, analisando… e nunca errei, até hoje.
Aprendi a acreditar no meu sexto sentido! As vezes que não acreditei, porque achava chique ser racional, “me ferrei de verde e amarelo”. A gente apanha, mas aprende. Hoje, se o cabelinho na nuca arrepiar, já sei que tem alguma coisa errada.
Posso até não enxergar com esses olhos que a terra há de comer, mas o coração sente! É pra ficar alerta! Tem coisa ruim por perto! Eu passei até a me benzer por dentro, em pensamento. Amigas minhas estão até usando escapulários de santas poderosas para obter proteção contra gente invejosa!!!
Acredito em “olho ruim”. Olho que seca pimenteira. Acredito que quem fala em Deus o dia todo tem medo de não resistir ao diabo. Acredito que quem tem muito ciúme é porque não esquece as merdas que já fez, e acredito principalmente que, quem só anda na linha o trem pega. Talvez, por isso, desejo e acredito, de verdade, que um dia eu chegue à Santidade. Mas, plagiando Santo Agostinho, “Que não seja agora, Senhor!!!”